segunda-feira, 8 de novembro de 2010

(foto Maisfutebol)

Nem vou sequer comentar o jogo, que aquilo não tem comentário possível. No entanto, ao deitar-me ia a pensar sobre o que aqueles 90 minutos tinham mostrado, para além da vitória incontestável do Porto, e não pude pensar na figura de Jorge Jesus e no que extrair dali.

Quando iniciou o jogo, JJ queria, com toda a certeza, ganhá-lo. Logo, a equipa que montou e as alterações que fez foram no sentido da vitória. As apostas correram mal (muito mal, dirão os benfiquistas mais aguerridos) e antes dos 30 minutos já havia 3-0, com 3 golos marcados exactamente pelo lado que JJ mudou. Ao observar a ineficácia das suas opções, JJ tinha duas hipóteses: ou insistia no erro ou admitia que se tinha enganado e voltava à fórmula antiga ou a outra qualquer. Não o fez: manteve a equipa exactamente igual até ao intervalo, quando a deveria ter mudado logo na primeira vez que o Hulk deixou o David Luiz no chão.

Viu que estava errado, mas não teve a humildade de reconhecer os seus erros, e mesmo no final do jogo foi incapaz de reconhecer que a equipa perdeu em grande parte devido às suas opções tácticas e escolhas de jogadores. Quantas vezes nós próprios somos incapazes de mudar o rumo que as nossas escolhas definem para a nossa vida, mesmo que isso implique ficar a olhar para o abismo enquanto caímos lentamente por ele abaixo?

Pensamos que se mudarmos estamos a dar parte de fracos e portanto optamos por nos afundar no meio de opções mal tomadas. Mais tomates tem o homem que é humilde e reconhece o seu erro que aquele que fica, prepotente, a assistir ao desmoronar de tudo à sua volta, apenas por teimosia. O primeiro poderá ter a força para mudar o que está mal, o segundo ficará, muitas vezes, agarrado a um passado que lhe dava a credibilidade para tomar essas decisões mas que não é amparado no presente que se desmorona à sua frente. Sim, JJ, estou a falar também para ti... :)

2 comentários:

Dylan disse...

Bela análise e belo blogue.
Quanto ao nosso Benfica, penso que o Luisão deveria ser imediatamente destituido da função de capitão de equipa.

Um pai que não sabe o que faz disse...

Olá Dylan,

Quanto ao Luisão, eu defendo há muito que atitudes destas (ou como as do Maniche no dia seguinte) devem ser acompanhadas de altas coimas pecuniárias. Mas altas como metade do ordenado, por exemplo.

Não defendo que deva ser destituído de capitão de imediato. Todos temos atitudes erradas por vezes, e o registo dele no SLB tem sido mais positivo que negativo até à data. Mas uma multa alta, ah, isso era limpinho...