quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Estou há dois dias a retomar a minha vida depois de um período de férias. É engraçado como, em férias, deixamos para trás tudo o que preenche a nossa vida quando estamos a trabalhar. Consultei o mail duas ou três vezes, não vim ao Facebook, não li blogues, mal vi notícias, e usei o computador apenas para descarregar fotos que tirava. Fui para fora, estive acampado, fui ao Sudoeste e passei uma semana no Algarve, de papo para o ar, sem fazer ponta dum chavo.

Apesar do orçamento algo reduzido, as férias são aquele espaço em que fazemos coisas que não costumamos fazer durante o resto do ano. Mas porque é que não o fazemos? No meu caso, claramente por falta de dinheiro. Não posso passar o ano a comer gelados caríssimos ou a morar em apartamentos alugados a preços altos. É triste que seja preciso passarmos 11 meses de um ano a poupar para que possamos ter pequenos momentos de luxo naquele mês em que estamos de férias, mas esta é a realidade de muitos portugueses. Aliás, outros haverá que nem estes pequenos momentos de luxo podem ter, esmagados por uma vida difícil e ordenados limitados.

Como seria bom para todos que todos tivessem a possibilidade de ir até ao Algarve gastar umas coroas, ou fossem até umas termas no interior do país, ou a uma estalagem de turismo rural passar uns dias. Significava que a economia vivia, e que todos faziamos parte dela, contribuindo com o fruto do nosso trabalho para melhorar o trabalho de outros. Isto sim, seria desenvolvimento do país.

Quanto a mim, retomo vagarosamente as minhas actividade profissionais, ciente de que o ritmo que se perde durante as férias é essencial para conseguir manter o ritmo que se pretende durante o tempo de trabalho. Por isso, cá vamos nós...

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