quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Tenho andado com preguiça, eu sei... muitos têm sido os assuntos que me têm passado e ainda nem sequer pus as fotos do Salto da Corda (isto devido a um problema no meu portátil, felizmente resolvido com uma formatação). No entanto, o assunto que me traz aqui hoje não deixa de ser actual, apesar de já ter acontecido há uns tempos.

Para vir trabalhar para Lisboa, apanho o comboio da Fertagus que passa pela ponte. É um meio seguro e rápido, isso é certo. Confortável, só fora da hora de ponta, pois de manhã ou venho em pé ou sentado nas escadas, tipo sardinha em lata, tudo porque só há comboios de 10 em 10 minutos e esses não conseguem claramente proporcionar uma viagem com qualidade. Barato, nem pensar. Eu pago o mesmo pelo meu passe Pragal/Lisboa (15 kms de linha) que a minha mãe paga pelo passe dela Cais do Sodré/Cascais (mais de 40 kms de linha). Já ouvi candidatos à Câmara de Almada falar na necessidade de incluir este passe na rede do passe social. Acho bem, ou pelo menos obrigar a Fertagus a baixar preços, que são proibitivos (O passe para Setúbal, que é a mesma distância em kms que o da minha mãe, custa bem para cima de 100 euros, quase 4 vezes mais...).

O problema dos custos na Fertagus não se fica por aqui. Não contente em cobrar preços altíssimos pelos bilhetes, a empresa ainda cobra pelo estacionamento à frente da estação. No parque ao ar livre cerca de 20 euros por mês, no silo (subterrâneo) é mais ainda. Não contentes por estarem a chular a malta com esses valores (que custos de manutenção tem um parque ao ar livre, com espaço para umas 600 viaturas, que está sempre cheio de carros e rende, por baixo estou certo, 12 mil euros por mês?), a Fertagus vedou o acesso à única zona onde era possível estacionar em condições quase de 4x4 mas de borla, obrigando as pessoas a duplicar quase o valor do seu passe.

Nós, os resistentes, no entanto, continuamos a procurar locais de borla para deixar o carro, mas a coisa complica-se cada vez mais, agora por culpa dos nossos dedicados agentes da PSP. Em vez de andarem a procurar criminosos de verdade, ou de andarem a multar carros cujo estacionamento esteja de facto a importunar a população ou o escoamento do trânsito, resolveram vir multar os carros que ficam em cima do passeio perto da estação. Poderá, quem não conhece o sitio, argumentar que o passeio é dos peões. É certo, mas no caso em questão, não há peões a cruzar aquela estrada, literalmente. Os únicos seriam os donos dos carros que estacionavam no passeio, e duvido que esses reclamassem. Logo, aquelas multas, além de enriquecimento rápido da PSP, não trazem mais nenhuma vantagem. Pelo contrário, obrigam-nos a nós, os resistentes que nos recusamos a ser chulados pela Fertagus, a deixar o carro num descampado ainda mais longe da estação, o que agora com a chuva não vai dar bom resultado.

Já não bastava a Fertagus a chular, agora é a PSP a querer ganhar com os estacionamentos.... ele há coisas...

6 comentários:

Anónimo disse...

"Nós, os resistentes, no entanto, continuamos a procurar locais de borla para deixar o carro"
Este é o chico-espertismo típico do Português... por essas e por outras é que as instituições têm de colocar preços, multas e impostos. Se todos os que deixam os carros fora do parque mal estacionados, independentemente de estarem a perturbar ou não, os colocassem no parque... onde é o seu local, talvez não fosse preciso os que cumprem pagar tanto. Passa-se o mesmo em outros aspectos da nossa sociedade. Todos sabemos que se cumpríssemos com as nossas obrigações, por exemplo nos impostos, estes podiam ser mais baixos... pois todos contribuíam. Enquanto tivermos esta mentalidade pequena, que tanto nos caracteriza, haverá sempre quem tenha de pagar pelos outros. É apenas uma opinião...

Um pai que não sabe o que faz disse...

Concordo com o comentário até certo ponto. Na questão dos impostos, é óbvia essa questão. No entanto, neste caso, não se aplica, pois o parque ao ar livre está sempre cheio de carros, mesmo a este preço. Ou seja, segundo a sua teoria, a Fertagus já deveria ter baixado os preços, pois o parque está sempre cheio. Baixou? Não creio...

A ganância do luro não permite, assim como não lhes permite ter mais comboios na hora de ponta, proprocionando maior conforto a quem paga um balúrdio pela viagem...

Anónimo disse...

Temos assistido ao nascimento de um novo tipo de Zé-povinho, uma nova espécie de chicos-espertos, que fazem comentários absurdos carregados de moral e demagogia como o 1º e depois ainda temos de lhes dar razão... haja opiniões...
O melhor era ver as fotos ( o que é isso do salto da corda ? :--)

Um pai que não sabe o que faz disse...

É o início do ano escutista. Os elementos mais velhos terminam a sua caminhada na secção e passam para a secção seguinte, onde há novos desafios e, novos amigos e novas oportunidades de crescimento... chamamos à cerimónia o Salto da Corda :)

Anónimo disse...

Parece que um dia caí de pára-quedas, numa coisa parecida, mesmo muito parecida. Á que vontade de trepar naquelas cordas :-)

Anónimo disse...

Não sei como me cruzei com o blog mas não resisti a comentar... porque durante esta semana tive saudades do comboio!
Não podia concordar mais consigo tanto no que diz respeito à travessia ser segura e rápida (acrescento previsivel) como relativamente aos preços inflacionados das viagens e dos estacionamentos. Penso que tal se deve à inexistência no momento actual de uma alternativa real para chegar a Lisboa... e sempre que não há concorrência os preços sobem!! Quanto a si não sei, mas antes de existir esta travessia experimentei todas as combinações possíveis de transportes para chegar a Lisboa; todas elas mais morosas,de duração imprevisivel e (permita-me discordar)menos confortaveis.
Agora que o comboio não vai para os meus lados, demoro o mesmo tempo a fazer 1/10 do trajecto, sempre em fila (confortavelmente sentada no meu carro e acompanhada pelo rádio, é um facto!)e quando chego ao trabalho sofro do seu problema ao estacionar no Pragal! Chego a ter de esperar que alguém liberte um bocadinho de passeio (bem longe) para conseguir estacionar. Cada um com a sua cruz!
Mas do que senti saudades esta semana foi daquele tempo de trajecto do comboio ao fim do dia (mesmo em pé ou sentada nas escadas) que me permitia desacelarar a cadência frenética do dia(impossível no meio do trânsito)...
Mesmo tendo razão, vá sorrindo de manha, que sempre é a melhor maneira de começar o dia!
Sofia A.