terça-feira, 25 de agosto de 2009

Já se adivinha que Liedson vai ser chamado à selecção. O processo foi todo conduzido nesse sentido e já toda a gente veio dizer que sim senhora, é muito bem chamado. Com a lesão do Hugo Almeida, a chamada torna-se quase imperativa, dirão alguns. No entanto, eu mantenho a minha opinião: não concordo com a entrada destes jogadores na selecção, e acho que temos outras soluções que devemos testar. E se não as tivermos, paciência, trabalhemos para isso nas camadas jovens até termos.
O ridículo da situação está a atingir proporções que são, na minha perspectiva, erradas. Os jornalistas da TSF, há uns dias atrás, defendiam que Hulk seria em breve jogador da selecção brasileira… ou pelo menos da portuguesa, se não chegar à brasileira. Mas isto cabe na cabeça de alguém? Começamos a contratar jogadores para a selecção, é? Não está em causa a qualidade dos jogadores, claro, nem sequer a sua idade, argumento usado por alguns para não se chamar o Liedson. É o princípio da coisa que está em causa.
De todos os naturalizados, apenas engulo um pouco melhor a chamada do Pepe. Chegou a Portugal muito novo, foi aqui que se fez como jogador, tinha possibilidades reais, pela sua qualidade, de ser chamado ao Brasil mas disse logo que preferia Portugal. Tanto o Deco como o Liedson escolheram Portugal por não terem sido chamados à do Brasil, e ambos já o reconheceram publicamente. Para mim, nenhum dos 3 deveria ter sido chamado.

A solução é simples e deixo-a aqui: para alguém ser convocado para a nossa selecção A, teria que ter sido convocado e jogado nos sub-21, ou ter pelo menos a nacionalidade portuguesa desde essa altura (o Pauleta nunca jogou nas selecções mais novas, por exemplo).
Com esta regra, não garantimos que as pessoas sejam mais portuguesas, nem o temos de fazer. No entanto, prevenimos jogadas de interesse da Federação, do seleccionador ou dos próprios jogadores, que apenas querem representar esta selecção porque a outra não os quis, ou por outras razões que, estou certo, mais cedo ou mais tarde começarão a surgir. Somos assim tão insignificantes que temos de nos rebaixar a este tipo de pessoas, a estes “mercenários” do futebol? Nenhuma selecção o deveria fazer, e muito menos uma com os jogadores que a nossa tem…

Para exemplificar o que disse acima, declarações de Liedson ao SportTv, do Brasil, picadas pelo site Portugal Diário:
«Não vou deixar de ser brasileiro nunca, amo meu país, como também amo Portugal, só que na minha posição a concorrência é muito grande. As pessoas que estão lá têm todo direito, o mérito, porque aproveitaram a sua oportunidade. Estão pintando algumas coisas para a selecção daqui, então porque não

e Deco, ao site Maisfutebol:
«Tenho muita vontade de voltar a morar no Brasil», garantiu. «Sinto muita falta do país
«Já são 12 anos fora. Tenho saudade dos amigos, da família. Já morei em Portugal, que eu adoro, sou muito bem tratado e tenho amigos lá. Morei em Barcelona, que é uma cidade fantástica. Quando volto a essas cidades, sinto-me bem. Mas só me sinto em casa quando estou no Brasil»

Querer ganhar a todo o custo nas selecções leva-nos a isto. Alguém consegue perceber o sentido patriótico português nestas declarações?

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