sexta-feira, 21 de agosto de 2009

O Benfica conseguiu ontem, à segunda tentativa, uma exibição que foi consentânea com o resultado: demolidoras. Sim, a equipa era fraquinha. Sim, o Benfica tinha obrigação de ganhar e por muitos. Sim, não fez mais que a sua obrigação. Mas sim, a coisa também poderia ter corrido mal, como correu em ocasiões anteriores. Portanto, é sempre de valorizar a vitória por 4-0. Não foram 90 minutos brilhantes, mas pelo menos 60 foram-no. Não começou bem o jogo, e depois não o terminou bem, embora aí se compreenda a descompressão em virtude do resultado folgado.
Não acho que Jorge Jesus se possa dar ao luxo de ter na mesma equipa Di Maria e Fábio Coentrão muitas vezes. Pode fazê-lo aqui porque a equipa é fraca e porque Javi Garcia e Pablo Aimar deram conta do meio-campo sozinhos. Sim, o Fábio está num momento muito bom, e defende bem, mas não é essa a sua natureza e contra adversários mais tácticos e com maior qualidade, esta não deverá ser uma solução inicial, uma vez que desequilibra a equipa.
Admiro os treinadores que jogam para ganhar, sem restrições. Afinal, o futebol é espectáculo e as pessoas pagam (e muito) para verem espectáculos. Dizer que o que é importante é vencer, nada mais, não chega para mim. Há excepções, claro, em jogos pontuais, mas por norma esta deve ser a política seguida pelas equipas: ganhar marcando mais golos que o adversário, cair em cima dele, massacrar. Principalmente se é uma equipa com os pergaminhos do Glorioso. Nada menos se exige que isto, e Jorge Jesus, até ver, está a cumprir. Espero que assim se mantenha para o resto do campeonato.

Reforços
Os reforços do Benfica foram praticamente todos bem escolhidos. O Patric, pelos vistos, não está adaptado, mas não é de vender já. É pô-lo a rodar numa equipa portuguesa para que se adapte, pois se é titular na selecção sub-20 do Brasil, não há-de ser assim tão mau. O Shaffer tem feito exibições irregulares, mas precisa apenas de treino psicológico e de confiança, pois a qualidade existe. Fora estes, todas as outras opções, as mais caras, parecem ter sido muito bem escolhidas e só tenho pena que tenham sido todas estrangeiras. Javi Garcia é o pêndulo do meio-campo como há muito não tínhamos (é uma pequena bestinha, aquele lance contra o jogador do Marítimo que bate contra ele e dá quase uma volta no ar é exemplificativo…); Saviola é um artista e joga de olhos fechados com Aimar, que esta época está numa forma fantástica e espero que assim se mantenha; o Ramires não se tem mostrado muito, mas ontem quando entrou causou frisson na defesa ucraniana. Será uma jogador mais útil ao Benfica, pois defende melhor do que ataca, apesar de atacar muito bem, e compensa o lado esquerdo do ataque, onde o Di Maria ataca melhor do que defende, apesar de o ver a defender muito este ano. Depois, o Weldon parece ser de facto jeitoso para entrar assim no final dos jogos e marcar uns golinhos, não tendo ainda mostrado nada que justifique entrar no onze titular, e o Keirrison tem ainda muito que aprender até se poder mostrar, embora tenha sem dúvida qualidades. Quanto ao César Peixoto, jogou ontem 5 minutos, portanto nada a dizer ainda, o tempo dirá se foi uma escolha acertada.
Não acredito que tenhamos necessidade de reforçar mais o plantel, partindo do princípio que o César Peixoto vem para ser defesa esquerdo também. Existem jogadores de qualidade para todas as posições, e por mim ate podemos perder o Luisão, se vier uma proposta “digna”, como afirma Rui Costa. Temos centrais muito bons, como secalhar não tínhamos há anos, apesar da juventude de todos.
Se a coisa continuar assim, eu estou entusiasmado. Os outros que se cuidem…

Sem comentários: