segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Hoje ouvi a segunda melhor medida para combater a crise financeira. Enquanto todos os governos e empresas falam em despedimentos, folgas forçadas, rescisões amigáveis e paragens programadas, Barack Obama avisava que ia reduzir os impostos dos mais pobres e aumentar os dos mais ricos. Depois disso, veio também anunciar a intenção de congelar os vencimentos dos altos quadros das empresas cotadas em bolsa, que recebem valores proibitivos, retirados do dinheiro que o governo dos EUA teve de injectar lá para elas se manterem em actividade.

Hoje ouvi que a REPSOL, empresa de combustíveis, vai congelar os salários dos gestores da empresa, incluindo do próprio presidente, poupando assim 1.500 milhões de euros este ano, 10% dos gastos com pessoal da empresa. Com isto, permite controlar os gastos e manter o pacote de investimento programado até 2012.

Isto sim, são verdadeiras medidas de combate à crise. Construir aeroportos, TGVs e afins pode até ser muito bom na teoria, mas na prática vai suceder que o dinheiro vai parar aos bolsos de gestores muito espertos (a maior fatia) e de trabalhadores muito precários (a menor fatia), porque é essa a realidade, e o resto é conversa...

O combate à crise é possível, é apenas uma questão de opções. Muitos políticos saíram à rua a criticar o aumento do salário mínimo dos rídículos 426€ para os rídiculos 450€. Vejam lá se algum deles se lembrou de congelar os vencimentos dos políticos e dos altos quadros do Estado e das suas empresas. Poupavam muito mais com isso do que com os 24€ (ridículos, não me canso a dizer) de aumento que cada trabalhador recebeu...

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