Pensei nisso quando via as imagens de ontem da chegada da equipa de Portugal ao Teatro Viriato para receberem o prémio do CNID de melhor equipa do ano (não percebo os critérios de atribuição deste prémio, esta equipa já ganhou o quê este ano?). Tanto ao entrarem como ao sairem, os jogadores foram, na sua maioria, de uma frieza impressionante. Acenavam às pessoas de longe e mal se aproximavam (excepção feita, no final, a Nani e a Ricardo, assim como ao seleccionador, que ainda deram uns autógrafos (poucos, mas ainda assim deram-se ao trabalho).
Depois dessa peça a TVI mostrou também uns vídeos tipo paparazzi que representavam a chegada do Nani e do Cristiano Ronaldo ao hotel, numa Vito de vidros fumados, quais gangsters num filme de acção ou sei lá o quê. Tudo para fugirem das pessoas que aguardavam ansiosas à porta do hotel.
Não percebo este medo/repulsa que alguns jogadores (a maioria da nossa selecção, aliás) têm dos adeptos. Principalmente os portugueses, que ficam contentes com um cumprimento, um sorriso ou um autógrafo apenas. É uma seca, poderão dizer, estar sempre em contacto com as pessoas. Concordo, mas isso são ossos do ofício, pois os jogadores são referência no país. E não podem nem devem querer fugir a essa tarefa de estar com a oppulação, sob pena de depois quando quiserem que os adeptos encham o estádio, o mesmo ficar às moscas. Os adeptos não servem apenas para quando dá jeito, meus senhores, nós não temos aqui um botão que liga e desliga na nossa paixão por futebol, e nem todos podemos pagar bilhetes a preços exorbitantes. Ou será que é só para isso que os adeptos servem?
Um bocadinho mais de abertura e boa disposição para com este imenso mar de adeptos que segue a selecção e que aguarda ansioso por um Europeu fantástico só vos ficava bem...
PS - Eu sei que a fotografia apanha apenas um momento, mas esta expressão de frete do melhor jogador do mundo ao passar pelas pessoas que esperaram ali tanto tempo por vê-los diz tudo...
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