Mentalidades...

Há que dar os parabéns aos homens: foi uma época fantástica aquela que o Manchester United agora fechou com chave de ouro. Uma equipa fantástica, que tem uma vontade tão grande que acaba por conseguir esconder as lacunas da equipa (um lateral-direito, um 6 que tenha pedalada para acompanhar o Scholes, e alguém para substituir o Scholes, que já não faz 90 minutos, embora aqui o Anderson possa ser o substituto natural daqui a uns tempos, e um ponta-de-lança goleador, só assim de repente). É uma festa ver esta equipa jogar, assim como hoje também foi uma festa ver o Chelsea a jogar aberto e a querer ganhar o jogo.

Uma palavra, então, para o jogador mais em destaque no United: o nosso Cristiano Ronaldo. Acho que ele, mais do que o resto da equipa, fez uma temporada de sonho: 43 golos, melhor marcador da Liga dos Campeões, Bota de Ouro, jogador do ano em Inglaterra, enfim, uma enxurrada de títulos, aos quais espero que consiga juntar o de campeão da Europa. Ele é, aliás, um jogador de sonho, de dribles fantásticos e arrancadas sem explicação. No entanto, e no meio de toda esta euforia, a voz dos críticos que o acusam de falhar nos momentos cruciais e de desaparecer nos jogos grandes ganhou hoje mais argumentos: andou meio desaparecido do jogo (fez o golo, sim, mas não fez muito mais quando a equipa precisava de um Cristiano no top), falhou um penalti (já tinha falhado um nas meias-finais com a Roma).

Cristiano Ronaldo deverá, e com toda a justiça, ganhar o prémio de melhor jogador do Mundo, com ou sem campeonato da Europa, mas no entanto continua a não ter mentalidade para os grandes momentos e, como sempre defendi, não deve, pelo menos ainda, ser capitão da Selecção, porque não basta, para isso, ser o melhor do Mundo como individual, é preciso carregar a equipa às costas, é preciso levantá-la em ombros quando ela cai, coisa que ele não sabe, ainda (reforço outra vez), fazer.

John Terry também falhou um penalti, poderão dizer, e ele é um fantástico capitão, um exemplo. Sim, mas ele falhou por puro e maldito azar no momento do remate. Já o nosso Cristiano, quando arrancou para a bola, já tinha falhado o penalti na sua cabeça...