segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016



Hoje celebramos o Dia do Pensamento. É o dia de BP, o fundador do escutismo, o dia em que celebramos o aniversário de um visionário, de um profeta dos tempos modernos, um homem cuja visão para a juventude só agora, mais de 100 anos depois, começa a ser copiada por pedagogos e educadores de forma oficial.

Por norma, o meu agrupamento faz sempre as suas Promessas por alturas do Dia de BP. Não há melhor forma de celebrar o dia do fundador que fazê-lo com a cerimónia onde mais jovens se juntam a esta grande família escutista, espalhada por todo o mundo. Este ano, no 467, foram 51 os miúdos que fizeram a sua Promessa e Investidura. Sim, 51! Um número enorme, que levou a que tivéssemos de mudar o local da celebração para um pavilhão de uma escola, para conseguirmos condignamente a comunidade paroquial, os nossos escuteiros e as suas famílias e convidados, que se deslocaram em grande número para esta festa.

Durante cerca de 5 meses, os noviços e aspirantes das várias seções e unidades do agrupamento aprenderam tudo sobre a nova seção a que pertenciam. Chegado ao final da sua formação, foram aprovados pelos seus pares para receberem o lenço. E é isso que me deixa orgulhoso pertencer a este movimento. Hoje diz-se que os jovens têm de ter tudo rápido e depressa, mas o escutismo prova precisamente o contrário. Os jovens precisam de desafios, e de sentir que merecem receber a Promessa. Para isso se prepararam afincadamente. Na Expedição S. Lucas, insistimos muito nisto, e foi um orgulho poder dar a Promessa aos 13 noviços e aspirantes que ontem receberam o seu lenço, e a ansiedade com que aguardavam por este dia. Um nervoso miudinho que se apoderava deles à medida que chegava o dia, e que demonstra o quanto eles esperavam e queriam este momento.
É um orgulho ver estas crianças a crescer. Quando chegaram a nós, no início do ano, eram pessoas diferentes daquelas que ontem receberam o seu lenço. Notamos nós as diferenças, mas notam mais os seus pais, que já as acompanhavam antes e conseguem perceber o quão bom é para os seus filhos estarem no escutismo.

E isto é obra, também, dos seus dirigentes. Não o fazemos pelo reconhecimento, não o fazemos pelo estrelato, mas fazemo-lo pelo bem que faz a tantos jovens. E a recompensa que recebemos, aquela que nos faz sentir realizados, é aquele sorriso, aquele abraço, que nos emociona, nos deixa de lágrimas nos olhos (sim, sou um lamechas, não posso fazer nada). É sabermos que aquelas crianças e jovens vão ser mais felizes porque crescem por si, aprendem em conjunto, e se preparam para serem cidadãos ativos, numa sociedade que precisa cada vez mais de jovens com valores, de famílias unidas, que crescem em torno de um ideal de fé, solidariedade e cidadania. Não é fácil, como muitos dirigentes que lêem isto sabem. Exige tempo, e uma disponibilidade não só nossa, mas das nossas famílias, que reconhecem esta paixão e a sustentam, mesmo com fins-de-semana perdidos, ou noites desacompanhadas. Fazem-no por reconhecem a importância do que fazemos, e apoiam-nos porque sabem a felicidade que isso nos traz.



Ontem tive a honra de ser convidado para padrinho de mais uma aspirante, e nem vos preciso de dizer o aconchego que é olhar para ela e ver o futuro brilhante que tem à sua frente, assim ela queira. Sentimo-nos verdadeiramente parte de uma grande família, ali no 467. Uma família com as suas dificuldades, claro que sim, mas com as suas qualidades e com uma união que atravessa as seções, passa pelos dirigentes, e acaba nos pais, amigos e antigos escuteiros que, mesmo de foram, vibram com tudo o que diga respeito ao agrupamento.

Eu tenho orgulho em ser dirigente do CNE, mais ainda porque o sou no 467... :)


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