quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Estou há uns meses a ajudar o Apoio Fraterno da minha paróquia. Este grupo de apoio socio-caritativo dá ajudas alimentares, roupa e outra às famílias carenciadas da paróquia, e tem a seu cargo cerca de 100 famílias, num total de mais de 300 pessoas abrangidas. Os pedidos de apoio não páram de chegar, e os apoios são cada vez menores. A realidade da pobreza no nosso país é muito grave, muito mais que aquilo que as pessoas imaginam.

Ontem fomos fazer uma visita a mais um pedido que chega (todas as semanas há pedidos novos). O senhor Manel (nome fictício) está reformado e recebe 266€ de reforma. Vive numa barraca, sim, uma barraca, cedida pelo antigo patrão, e paga cerca de 60€ de gás, água e luz todos os meses. Tem diabetes e asma como doenças crónicas, para além de uma série de outros problemas que o obrigam a comprar muitos medicamentos todos os meses. Uma situação dramática, mas que provavelmente poderá não ser aprovada para apoio pelo grupo. Porquê? Porque o rendimento per capita (a soma dos rendimentos do agregado, menos as despesas, a dividir por todos os elementos do agregado) de um pobre que precisa de ajuda, defnido pelas entidades que apoiam, anda à volta dos 120€. Como vive sozinho, o rendimento per capita do Manel não permite que seja considerado pobre o suficiente para ser ajudado.

Alguns de vocês poderão estar por esta altura a lançar pragas a quem dá estes apoios, porque não se admite este tipo de situações. A verdade, no entanto, é outra: se este caso não for apoiado, é porque todos os outros casos que são apoiados de momento têm um rendimento ainda inferior a este. Muitas das famílias têm rendimentos per capita negativos, o que significa que o que recebem não chega sequer para pagar as dívidas que têm. Neste momento, a verdade é que o total das ajudas que as instituições recebem não chega para ajudar pessoas com este nível de rendimentos. E isso é muito preocupante...


É comum dizer-se que os portugueses respondem em alturas de crise e que são solidários. Sim, é verdade, mas é preciso também que as pessoas se apercebam da verdadeira dimensão desta crise. Apesar de todas as ajudas, que são muito bem-vindas, a verdade é que não chegam. Por isso, não fiquemos satisfeitos com o que fazemos e procuremos perceber onde mais podemos ajudar, do que mais podemos abdicar, e quem mais podemos convencer a juntar-se a nós. A crise existe, é real, e muita gente é afetada por ela de um modo que muitos de nós não conseguimos compreender nem conceber...

1 comentário:

umquarentao disse...

Manifesto que [aqui vai a 'n'-ésima mais uma vez] eu tenho vindo a divulgar na internet:
- o Direito à Monoparentalidade em Sociedades Tradicionalmente Monogâmicas.
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-> Há quem diga que as 'barrigas de aluguer' vão contra o interesse das crianças!?!?!!!
-> Ora, quando se fala em interesse/direitos das crianças... há que ver o seguinte: muitas crianças (de boa saúde) hão-de querer ter a oportunidade de vir a ser pais... oportunidade essa que lhes é negada pela 'via normal'.
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-> Não é difícil de perceber que o verdadeiro objectivo do Tabu-Sexo era proceder à integração social dos machos sexualmente mais fracos - ver o blog «http://tabusexo.blogspot.com/».
-> Ora, com o declínio do Tabu-Sexo (como seria de esperar) a percentagem de machos sem filhos aumentou imenso nas sociedades tradicionalmente monogâmicas.
-> Mais, por um lado, muitas mulheres vão à procura de machos de maior competência sexual, nomeadamente, machos oriundos de sociedades tradicionalmente Poligâmicas [nestas sociedades apenas os machos mais fortes é que possuem filhos, logo, seleccionam e apuram a qualidade dos machos]... e... por outro lado, muitos machos das sociedades tradicionalmente monogâmicas vão à procura de fêmeas Economicamente Fragilizadas [mais 'dóceis'] oriundas de outras sociedades... ora, todavia, no entanto, recusar este caminho... deve ser um legítimo Direito ao qual os machos devem ter acesso!
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-> Existem muitos homens sem filhos ['por isto ou por aquilo' não agradam ás mulheres; adiante] que devidamente motivados/acompanhados... poderiam ser óptimos pais solteiros!!!
-> A ausência de tal motivação/acompanhamento não só é uma má gestão dos recursos humanos da sociedade... como também, uma INJUSTIÇA HISTÓRICA que está grassando nas Sociedades Tradicionalmente Monogâmicas.
-> É errado (como alguém já disse) estar a dizer «a Europa precisa de crianças, não de homossexuais»... isto é, ou seja... a Europa precisa de pessoas (homossexuais e heterossexuais) com disponibilidade para criar crianças!
-> É UMA MUDANÇA ESTRUTURAL HISTÓRICA DA SOCIEDADE: os homens poderão vir a ter filhos... sem repressão dos Direitos das mulheres; leia-se: o acesso a barrigas de aluguer.
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Anexo:
- Nas Sociedades Tradicionalmente Poligâmicas apenas os machos mais fortes é que possuem filhos.
- No entanto, para conseguirem sobreviver, muitas sociedades tiveram necessidade de mobilizar/motivar os machos mais fracos no sentido de eles se interessarem/lutarem pela preservação da sua Identidade!... De facto, analisando o Tabú-Sexo (nas Sociedades Tradicionalmente MONOGÂMICAS) chegamos à conclusão de que o verdadeiro objectivo do Tabú-Sexo era proceder à integração social dos machos sexualmente mais fracos. {ver blog «http://tabusexo.blogspot.com/»}
Concluindo:
- Nas Sociedades Tradicionalmente Poligâmicas é natural que sejam apenas os machos mais fortes a terem filhos; no entanto, todavia, as Sociedades Tradicionalmente MONOGÂMICAS têm de assumir a sua História: não podem continuar a tratar os machos sexualmente mais fracos como sendo o caixote do lixo da sociedade!... Assim sendo, nestas sociedades, deve ser possibilitada a existência de barrigas de aluguer para que os machos (de boa saúde) rejeitados pelas fêmeas, possam ter filhos!
Mais:
- As sociedades economicamente/tecnologicamente mais evoluídas... são Sociedades Tradicionalmente Monogâmicas... o que, por sua vez, ajuda a legitimar o seguinte: criar condições para que machos (de boa saúde) - que embora sejam considerados 'descartáveis' segundo critérios das sociedades tradicionalmente poligâmicas - também possam ter filhos... é uma adaptação (na luta pela sobrevivência) válida!
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P.S.
O caminho a seguir para resolver o problema demográfico é... uma boa gestão dos recursos humanos... e não... a nacionalização da 'boa produção' demográfica daqueles (ex: islâmicos) que tratam as mulheres como uns 'úteros ambulantes'!!!
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F.Rui.A.Rosa