segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Uma onda de indignação está a atingir as redes sociais. O nosso presidente interrompeu as suas férias para entregar as suas condolências à família do economista António Borges, mas parece que se "esqueceu" dos bombeiros falecidos este Verão no combate aos fogos. Eu cá acho que ele sabe que eles morreram, mas secalhar não tem visto televisão...

Pouco mais de três mil pessoas comentaram no Facebook «As minhas sinceras condolências aos familiares dos BOMBEIROS falecidos» no post sobre as condolências à família do António Borges. Sinceramente, é uma onda bem pequena. Se mais de 1 milhão de pessoas comentasse, isso sim, seria extraordinário, mas 3 mil... enfim, eu já fiz a minha parte. E vocês? É só irem à página do Facebook da presidência e comentarem, caso também achem que este "esquecimento" é uma coisa que não lembra a ninguém.

Apesar de tudo, estou descansado. Não acho que os heróis caídos no combate aos fogos necessitem de grandes louvores aqui na terra, nem propriamente as suas famílias. No Evangelho, Jesus dizia que aqueles que gritavam nas esquinas o bem que faziam, e que tocavam a sineta cada vez que davam esmola, recebiam na terra a sua recompensa, com a admiração que granjeavam nos outros. Enquanto isso, aqueles que rezavam no escuro do quarto, e que davam esmola sem ninguém saber, teriam no Céu a sua recompensa. Ninguém vai para bombeiro voluntário à procura de louvores ou recompensas. Acredito que aqueles homens e mulheres que dão a vida para garantir a nossa segurança se estão pouco importando para os louvores e as recompensas. E é por isso que sei que, no Céu, têm a sua recompensa à espera...

Numa nota relacionada, todos os anos se ouve a mesma conversa: não há limpeza das matas, a fiscalização não obriga as pessoas a fazerem isso, e depois anda tudo às aranhas para conseguir dar conta dos incêndios. De uma vez por todas, acabe-se com essa palhaçada e obrigue-se as pessoas a limpar as suas matas, aplicando coimas altas e que metam medo. Depois, coloquemos os reclusos do nosso país com bom corpinho para trabalhar a arranjar e limpar as matas que são de todos. E pegue-se nos desempregados de longa duração e criem-se empregos nesta área, mas tudo no Inverno, para que no Verão não tenha de haver mais filhos a ficar sem os seus pais, e famílias a ficar sem as suas casas. É que parece que só falamos nas matas quando há incêndios, quando a prevenção seria bastante mais barata que o combate propriamente dito e até poderia criar mais emprego...

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