segunda-feira, 5 de novembro de 2012

foto: ana
Ontem fiz 33 anos. A idade de Jesus Cristo, a idade do "diga lá outra vez". Não tenho grandes problemas com os anos que faço, mas é inevitável pensar no que passou e no que vivi. Dou graças a Deus pela vida que tive até hoje, e que me conduziu à pessoa que sou. Seria totalmente diferente se tivesse tomado outras opções, mas não consigo dizer se seria melhor, ou sequer mais feliz, e portanto não me arrependo das escolhas que fiz, e esse é o segredo para a felicidade.

De uma coisa tenho a certeza: seria muito menos feliz se não tivesse tantos amigos à minha volta. Muitos se fizeram presentes ontem (e hoje de manhã, com atraso mas cheios de boa intenção :) ), fosse em corpo, espírito ou rede social. Nunca me canso de falar das redes sociais, que permitem esta aproximação entre pessoas afastadas pela distância ou a própria vida, mas que não deixam de se querer fazer presentes neste dia. Sim, porque apesar do Facebook avisar, sou eu que decido dar os parabéns, e poder dizer que foram quase 200 pessoas a fazê-lo é de uma importância enorme para mim. Os amigos não são tudo, mas são uma parte muito importante da vida de cada um, e em especial da minha, uma parte que não se compra e que não se pede, mas que está lá para te acompanhar em todas as fases da tua vida. Apoiam-te, aconselham-te, criticam-te, elogiam-te, estão presentes para tudo o que for preciso, seja para uma viagem paga ao Vietname ou para o conselho na compra de uma casa. Tem sido incrível a quantidade de pessoas que se interessa ao ponto de me ajudar na procura de casa, por exemplo. E é disto que a vida é feita, de um conjunto de pessoas que nos quer bem, e a quem nós queremos bem.

Sem esquecer a minha maninha, que há tantos anos atura os meus devaneios com tanta paciência e carinho. Não seria metade da pessoa que sou sem ela (nem teria metade da roupa que visto :) ). Ela e os meus pais, para quem uma casa vazia é sinal de que algo não está bem. Por isso, ter a casa cheia nunca foi, nem nunca será, um problema, fosse aos 15, aos 20, ou aos 33 anos. Estão lá para tudo o que precisamos, e sei que lá estarão sempre, e isso é reconfortante saber. Aconselham sem impor, avisam sem deitar abaixo, orientam sem obrigar, dão na cabeça quando é preciso, e é esse o exemplo que espero seguir quando um dia tiver filhos e os pretender educar.

Quando olho para trás, recordo-me do que correu bem e do que correu mal. Coisas que poderiam ter sido feitas de outra forma, mas que a serem não me teriam conduzido a tantas coisas boas que hoje faço, tenho e consigo. A minha carreira de jornalista religioso, o meu projeto de fotografia, a minha princesa (cuja paciência p me aturar é sempre de elogiar), os meus escuteiros, as minhas viagens... momentos de uma vida feliz, que não existiriam, se atrás eu tivesse tomado esta ou aquela opção de forma diferente. Se eu não tivesse ido para Moçambique, não teria comprado aquela câmara fotográfica, não teria ganho aqueles prémios de fotografia, e não teria começado um caminho na fotografia que eu nunca tinha imaginado antes, por exemplo. Se seria mais feliz se fosse atrás e pudesse mudar isto ou aquilo? Não sei, nem nunca vou saber. Sei que hoje sou feliz, e nada mais interessa.

PS - Ontem muitos reclamaram, e com razão, da falta de slows. Fica aqui a promessa de que, aos 40, se a garagem ainda lá estiver, que a festa será lá, com amplificador, luzes e strob, o Alarma e o Kadoc - The Night Train a bombar, sem esquecer a vassoura e o cesto de nomes para os slows...

3 comentários:

MJN disse...

Ricardo Um beijo grande de parabéns,e que a vida te sorria
ze nora

Anónimo disse...

Dou sempre graças a Deus pelas prendas que me ofereceu há 30 e 33 anos.
Estamos sempre cá para vocês.
Mãe e Pai

sílvia disse...

A tua garagem! O strob, a vassoura e DJ Sash!! Isso foi quando, século passado?! Sim, confere :)