quarta-feira, 20 de junho de 2012

Hanói é a capital do Vietname, país que tem uma população de 86 milhões de habitantes.. A cidade tem, segundo o guia da Lonely Planet, 3.7 milhões de habitantes e segundo a nossa guia, 7 milhões de habitantes. Seja que numero for, é impressionante, se considerarmos que Lisboa tem 1 milhão de habitantes e o nosso pais tem 10 milhões...



A cidade é igual a outras cidades do mundo em vias de desenvolvimento: cheia de contrastes e paradoxos. Se por um lado apresenta arranha-céus de dezenas de andares, por outro está cheia de lixo e em lado nenhum se encontra um caixote do lixo. O preço da propriedade é tão elevado que as pessoas compram o mínimo terreno possível e depois constroem para cima. Um exemplo prático: o hotel onde estamos alojados, e muito bem alojados, diga-se de passagem, o Hanoi Essence Hotel, tem 7 andares de altura, mas apenas 3 ou 4 quartos por andar. Devido ao excesso de população, não há espaços verdes nas casas, cercas ou terrenos livres. No Old Quarter, a zona velha e mais típica da cidade, a construção acumula-se uma ao lado da outra, literalmente. Parecem livros numa biblioteca, de tão finos de altos que são, em contraste com a zona nova da cidade, onde os arranha-céus sobressaem.

A vista de Hanoi a partir do lago de Hoan Riem
Na parte velha da cidade, a confusão e tremenda e surge o primeiro e provavelmente o desafio mais radical de todos os que se encontram por Hanói: atravessar a estrada. Pode parecer piada, mas não é.


Não há sinais de trânsito, e os que há são desrespeitados, e são muito raros os semáforos (e nem toda a gente os respeita). Por todo o lado circulam motas que não param para deixar passar os transeuntes. Qual é a solução: andar devagar, sem parar. As motas desviam-se magicamente do caminho e atravessamos ilesos. Parece quase uma acrobacia, mas passado um tempo torna-se natural. Não sei é como será depois de voltar daqui, quando quiser atravessar estradas no nosso cantinho à beira mar plantado...

A confusão é tanta, e o smog tão elevado, que a maior parte dos condutores conduz de pano na boca, para evitar ser consumido pela poluição que sair das motos. Pura da loucura, que só se compreende estando cá...

Ultrapassado esse problema, a cidade tem alguns pontos de interesse, mas nada de extraordinário: o mausoléu de Ho Chi Minh, a Flag Tower, o Old Quarter e outros locais onde não conseguimos ir nestes dias. Vêem-se rapidamente, e 1 dia será suficiente para ver praticamente tudo. Se quiserem fazer tudo a pé, é um esticão, mas vale a pena e ficam com o dia cheio. As entradas nas coisas são baratas (para ver a Flag Tower e o Museu do Exercito, paga-se sensivelmente 1 euro).

Hanói vale muito por causa da culinária. Já fiz aqui 4 refeições, não repeti nenhum prato, e todos eram ótimos. Desde a carne ao peixe, passando pelos condimentos de vegetais, noodles ou arroz, frito ou normal. Ha muitos sítios para comer, desde as bancas espalhadas nos passeios, onde as pessoas se sentam em banquinhos de crianças e almoçam ali, no meio da rua, aos restaurantes gourmet, reservados para turistas e vietnamitas de mais posses. Come-se muita coisa aqui: porco, vaca, frango, pato, búfalo, avestruz, sapos e uma variedade grande de mariscos, como o camarão, ostras, berbigão, etc.... não é o paraíso culinário, mas não fica muito longe disso.

Pela rua podem ver-se todo o tipo de pessoas, que vendem todo o tipo de comida e objectos. Com ruas dirigidas a determinados produtos, o Old Quarter assume-se como a zona nobre para nos perdermos em visitas a lojas e lojinhas, negócios paralelos e lojas formadas, muitas delas pedaços de modernidade enfiadas na degradação que são as casas de habitação, que pouca ou nenhuma manutenção levam e estão muito feias. Não sendo uma cidade bonita, assume-se como um local muito interessante para se visitar e conhecer.

Um pormenor interessante: todos os dias, às 5 da manhã, centenas de pessoas reúnem-se no lago Hoan Kiem para fazerem exercício físico. Pouco mais do que alongamentos e exercícios básicos de manutenção. O lago é uma espécie de Central Park em Nova Iorque: situado no meio da cidade, os seus espaços verdes são das poucas coisas na cidade que produzem oxigénio para tentar combater o fumo e a poluição. Sinceramente, não sei como é que aquela relva consegue estar verde, com tanto fumo e poluição à volta.

Haveria muito mais a contar sobre Hanói, mas o tempo e curto e tenho de dormir, pois amanhã mudamo-nos para a Baía de Halong, e aí a experiência vai ser completamente diferente, de certeza. Espero que o tempo ajude, e que este cinzento do céu que estraga as fotos todas, possa ser substituído por um lindo dia azul......

Tomem atenção às ligações eléctricas no Old Quarter... :)

As vendedoras de rua vendem tudo nestes pequenos cestos, desde fruta a refeições já confecionadas e prontas a consumir
Em resumo:

Prós:
- O caos da cidade e atravessar estradas;
- O mausoléu de Ho Chi Minh;
- A Flag Tower e o museu do exército;
- O Lago Hoam Kien e observar o exercício ao nascer do sol;
- O pagoda de Tran Quoc, o mais antigo do Vietname
- O Water Puppet Theatre

Contras:
- Muita confusão, o trânsito, a quantidade de pessoas que circula no Old Quarter (se ficarem alojados lá), faz com que mais do que 1 ou 2 dias seja tempo a mais ali, com tanto país para ver

Dicas:
- Ver o nascer do sol no lago
- Atravessar estradas
- Ver o Water Puppet Theatre, pois é original dali, nas outras cidades é sempre cópia
- Procurar restaurantes típicos no Old Quarter, encontram-se bastantes e come-se muito bem;
- Num dos bares noturnos, havia Vietcaipirinha..... esqueçam lá isso :)
- Não faço ideia dos preços, pois não pagámos alojamento, mas o Hanoi Essence Hotel, mesmo no Old Quarter, era excelente. Até tinha um portátil em cada quarto com net...
- Há um KFC mesmo perto do lago. Mas isto de viajar até ao outro lado do mundo e ir a um fast food deve ser só mesmo para quem se dê mal com a comida local...






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