Não tenho nada contra a campanha desenvolvida no 1º de Maio pelo Pingo Doce. É marketing, puro e duro, um investimento que teve muitos frutos (até o redigir deste humilde post, pois ninguém me pagou e eu lá estou a falar da marca).
No entanto, hoje de manhã ouvi algo que me.. chateou, digamos assim de forma simpática. O Pingo Doce teve 27 milhões de euros de lucro, segundo anunciou Alexandre Soares dos Santos em entrevista. A corolar esta indicação, fica a saber-se que, mesmo que tenha havido dumping de preços, este apenas ocorreu em 3 produtos: arroz, óleo e whisky, segundo as notícias avançadas na comunicação social.
Partindo do princípio que estas afirmações são verdadeiras, não posso deixar de concordar com o Francisco Louçã, que diz aquilo que eu queria escrever quando iniciei estas linhas. Se o Pingo Doce vende produtos com 50% de desconto e mesmo assim tem 27 milhões de euros de lucro nesse dia, o que podemos concluir? Que os produtos são vendidos, todos os dias, a preços muito acima do seu preço de custo, com margens de lucro brutais. Se eu desconto 50% do valor do produto, e mesmo assim ganho dinheiro, significa que as minhas margens de lucro são absurdamente altas.
Para ter estas margens de lucro, as grandes superfícies utilizam o argumento da escala para comprarem aos pequenos produtores a preços irrisórios. Aliás, também saiu há dias a notícia de que o Pingo Doce iria fazer refletir nos fornecedores o custo desta operação, que mesmo assim deu um lucro de 27 milhões de euros. Ou seja, como ficou com os stocks vazios, vai precisar de comprar uma grande quantidade de produtos para repor stocks. Como tal, vai obrigar a que os fornecedores baixem o valor dos produtos, em virtude de estar a encomendar uma grande quantidade. Como as quantidades devem ser gigantescas, os preços vão ter de baixar muito e os fornecedores vão ganhar muito menos do que aquilo que teriam a ganhar. Ou seja, o próprio Pingo Doce, na prática, deixou de ganhar algum dinheiro, mas com o que ganhou em publicidade e em capacidade de negociação na compra de grandes quantidades, vai ter é muito lucro mesmo...
Acho que os empresários são livres de utilizarem as estratégias que entenderem para maximizarem os seus lucros, desde que dentro da lei. O que não acho normal é que, em épocas de crise, se permitam que haja margens de lucro tão grandes na venda de produtos de primeira necessidade. Os clientes pagam mais do que poderiam pagar, e os fornecedores ganham menos do que aquilo que deveriam ganhar. No fundo, só uma entidade sai daqui a rir-se: as cadeias de grande distribuição. Sim, todas elas, pois o Pingo Doce não é o único que tem estas margens de lucro ou esta capacidade negocial que oprime os pequenos produtores...
No entanto, hoje de manhã ouvi algo que me.. chateou, digamos assim de forma simpática. O Pingo Doce teve 27 milhões de euros de lucro, segundo anunciou Alexandre Soares dos Santos em entrevista. A corolar esta indicação, fica a saber-se que, mesmo que tenha havido dumping de preços, este apenas ocorreu em 3 produtos: arroz, óleo e whisky, segundo as notícias avançadas na comunicação social.
Partindo do princípio que estas afirmações são verdadeiras, não posso deixar de concordar com o Francisco Louçã, que diz aquilo que eu queria escrever quando iniciei estas linhas. Se o Pingo Doce vende produtos com 50% de desconto e mesmo assim tem 27 milhões de euros de lucro nesse dia, o que podemos concluir? Que os produtos são vendidos, todos os dias, a preços muito acima do seu preço de custo, com margens de lucro brutais. Se eu desconto 50% do valor do produto, e mesmo assim ganho dinheiro, significa que as minhas margens de lucro são absurdamente altas.
Para ter estas margens de lucro, as grandes superfícies utilizam o argumento da escala para comprarem aos pequenos produtores a preços irrisórios. Aliás, também saiu há dias a notícia de que o Pingo Doce iria fazer refletir nos fornecedores o custo desta operação, que mesmo assim deu um lucro de 27 milhões de euros. Ou seja, como ficou com os stocks vazios, vai precisar de comprar uma grande quantidade de produtos para repor stocks. Como tal, vai obrigar a que os fornecedores baixem o valor dos produtos, em virtude de estar a encomendar uma grande quantidade. Como as quantidades devem ser gigantescas, os preços vão ter de baixar muito e os fornecedores vão ganhar muito menos do que aquilo que teriam a ganhar. Ou seja, o próprio Pingo Doce, na prática, deixou de ganhar algum dinheiro, mas com o que ganhou em publicidade e em capacidade de negociação na compra de grandes quantidades, vai ter é muito lucro mesmo...
Acho que os empresários são livres de utilizarem as estratégias que entenderem para maximizarem os seus lucros, desde que dentro da lei. O que não acho normal é que, em épocas de crise, se permitam que haja margens de lucro tão grandes na venda de produtos de primeira necessidade. Os clientes pagam mais do que poderiam pagar, e os fornecedores ganham menos do que aquilo que deveriam ganhar. No fundo, só uma entidade sai daqui a rir-se: as cadeias de grande distribuição. Sim, todas elas, pois o Pingo Doce não é o único que tem estas margens de lucro ou esta capacidade negocial que oprime os pequenos produtores...
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