terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Eu espanto-me cada vez mais com estes políticos. Então não é que o ministro da Segurança Social já reconhece uma nova categoria de trabalhadores, e até lhes quer dar proteção?

Ora então antigamente tínhamos os trabalhadores a contrato, que trabalhavam exclusivamente para uma empresa, e que recebiam o ordenado fixo, mensal ou não, dessa empresa, a qual lhes fazia os respetivos descontos. Depois tínhamos outra figura, que eram os trabalhadores a recibos verdes, profissionais liberais que, devido à sua atividade específica, executavam em regime de prestação de serviços, (pontual, portanto) trabalhos variados para várias empresas. Em virtude desta flexibilidade, eram eles próprios que pagavam os seus impostos e faziam os seus descontos (ou não, mas isso são contas de outro rosário).

Há uns tempos para cá, as empresas, aproveitando-se do melhor de dois mundos, começaram a "escravizar" trabalhadores a recibos verdes. Falamos de trabalhadores que, apesar de terem um vínculo certo com uma só empresa, e de serem obrigados a respeitar um horário de trabalho diário, num local de trabalho específico, à semelhança dos trabalhadores a contrato, recebiam o seu pagamento em recibos verdes, sendo obrigados a fazerem eles próprios os seus descontos, libertando as empresas dessa despesa. Esta figura abusiva do princípio do trabalhador a recibo verde é abominável e deve ser terminada urgentemente, pois os trabalhadores obrigados a um horário de trabalho rigoroso e constante num só local de trabalho e para uma só empresa não são profissionais liberais e devem por isso receber um contrato. No entanto, o que é o ministro Pedro Mota Soares faz? Em vez de penalizar as empresas que fazem isso, fiscalizando e obrigando os prevaricadores a respeitarem os seus trabalhadores de uma vez por todas, vai despender fundos do Estado para "proteger" esta classe de trabalhadores que, assim confirmada por si, passou a existir oficialmente... dando às empresas ainda mais legitimidade para continuarem nesta senda de trabalho precário. O Estado está quase falido, mas mesmo que não estivesse, é abordar o problema completamente ao contrário. Em vez de se cortar o mal pela raíz, dá-se um paliativo e afunda-se ainda mais este problema...

"Trabalhadores independentes que trabalham exclusivamente para uma única entidade"... mais ninguém nota a contradição que existe nesta frase?

Mas isto anda tudo parvo?

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