segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Xavi Hernandez não ganhou o prémio de melhor jogador do mundo. Messi foi o vencedor, pelo segundo ano consecutivo. Gostava que a FIFA, de vez em quando, premiasse o jogo colectivo em vez das individualidades. Não questiono que o Messi é um jogador de outro planeta, fantástico, exímio com a bola colada aos pés, enfim, todos os adjectivos, mas aquela equipa do Barcelona não seria nada sem o Iniesta e principalmente sem o Xavi. O Xavi é o tipo jogador discreto que se anula pela equipa, é o tipo de jogador que permite que o Messi seja quem é no seu potencial máximo. É ele que faz mexer a equipa toda, e é por ele que passa todo o jogo no seu início. Infelizmente, as luzes da ribalta nunca brilham na direcção dele, e nas repetições o que se mostra é o final das jogadas, mas quem vê os jogos do Barcelona percebe que na esmagadora maioria dos golos, a bola passou sempre pelo pé do Xavi, que consegue ser o jogador em campo com mais passes efectuados e com a maior percentagem de passes certos ao mesmo tempo, o que é fantástico e raro.

Como em toda a vida, não se dá o devido crédito a quem "carrega o piano". Olhamos para as vedetas e ficamos espantados com o que fazem, sem perceber que, por trás, está alguém que lhes permite brilhar. Na nossa vida, quantas vezes não ficamos maravilhados com aquele que se chega à frente, ignorando por completo quem, por trás, possibilitou o sucesso da acção? Também aqui, no futebol, essa distinção é clara. Os prémios vão para quem conclui, não para quem constrói, e isso, neste caso deste jogador fantástico, está errado. A história ensina que estes são os jogadores importantes, e por alguma razão o Mourinho disse que tinha pena de muitos, mas especialmente do Xavi. Ele sabe a importância destes jogadores, e teve-os em todas as equipas que treinou. São a sua voz de comando do campo, e no fim não são recordados, pois os prémios vão sempre para outros. Honra ao Messi, que é um jogador extraordinário. Mas este deveria ter sido o ano do Xavi. Assim, todos os carregadores de piano seriam homenageados.

Já José Mourinho ganhou o troféu de melhor treinador do planeta. E bem, muito bem. Por tudo o que já conseguiu, porque quando soube que ganhou  cumprimentou todos os jogadores que o fizeram ganhar, porque antes o Snejder, ao ser eleito para o onze ideal, não deixou de dizer que estava ali por causa do Mourinho, coisa que mais nenhum fez a nenhum treinador. Mourinho é o melhor em tudo, e a continuar assim sê-lo-á por muitos anos, e este não será o último troféu. Quando for campeão em Espanha (mesmo que não seja este ano, é uma questão de tempo), terá ganho tudo e só lhe faltará ficar 10 ou 15 anos num clube e limpar tudo ano após ano, e depois ir a uma selecção e limpar Mundial e Europeu (esperemos que com a portuguesa). Aí ficará na história como o treinador que ganhou tudo, e nunca ninguém será como ele. Parabéns, Mourinho (sim, que o Mourinho lê frequentemente o meu blogue, vai ver isto de certeza... )

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