sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Hoje ouvia com particular atenção o Camilo Lourenço, especialista de Economia que, no Bom Dia Portugal da RTP, opinava sobre o Orçamento de Estado para o próximo ano e não pude deixar de concordar com ele. De tudo o que já se ouviu falar sobre o Orçamento, em parte alguma se ouviu falar em redução de despesa como forme de combater o défice. A única excepção é a redução da despesa com os funcionários públicos nos seus ordenados. Portanto, a ideia é, segundo nos é dado a perceber, criar mais riqueza para continuar a suportar o elevado peso que a despesa pública tem no nosso país. E quando voltarmos a ter problemas, voltamos a aumentar a receita fiscal. Entretanto, o Zé povinho que se lixe, né?

Há pouco deparei-me com umas opiniões do Marques Guedes, antigo líder do PSD, que sugeriu na sua rubrica semanal de opinião na TVI 24 uma lista de 46 institutos públicos que poderiam desaparecer. Uma primeira lista, estou certo, porque poderia cortar-se mais. Louve-se o facto de alguém falar em cortes da despesa, embora lamentando que esse alguém não possa, de facto, proceder a esses cortes. Mais chocado quando me deparei com a outra rubrica de opinião do mesmo comentador, que afirmou que há salários de gestores públicos a aumentarem até 50%. Isto é brincar com a malta, digo eu, da mesma forma que o nosso querido deputado Ricardo Rodrigues afirmou, há dias, que os cortes de 5% no vencimento dos deputados iriam prejudicar tanto a vida dos deputados que vinham de fora de Lisboa que ele até sugeria que a cantina da Assembleia da República passasse a servir jantares. Este pobre coitado tem um vencimento "paupérrimo" de 3700 euros por mês, mais 60 euros por dia de ajudas de custo, o que dá sensivelmente mais 1200 euros por mês. Há gente com a vida muito complicada, não há?

Aguardo com expectativa que a proposta de orçamento seja divulgada, e espero que ainda haja gente séria a governar o país. Espero, mas não desespero...

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