sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O governo encerrou 701 escolas em todo o país. Argumentam que escolas com menos de 20 alunos devem ser fechadas para manter a qualidade do ensino, nomeadamente no que diz respeito ao acesso às novas tecnologias. Também acho que é preciso manter essa qualidade, mas acho muito importante também que se combata a desertificação do interior do país e não vejo como é que esse combate pode ser travado se leaos as crianças para as cidades, as obrigamos a ficar lá todo o dia e só as trazemos para casa de noite. Aliás, o Bispo de Lamego, D. Jacinto Botelho, já pôs o dedo na ferida. Saem crianças, saem postos de trabalho, ficam as terras desertas.

No entanto, em todo este processo, o que chateia são, mais uma vez, as discussões estéreis do diz que disse. As associações de professores reclamavam que o governo não anunciava quais as escolas que iam fechar e que isso ia atrasar o processo de colocação de professores, o governo anuncia a lista uns dias depois. A ministra da educação, Isabel Alçada, afirmou na altura que todo o processo foi feito de forma calma e ponderada e cumprindo os protocolos estabelecidos com os municípios. Agora os municípios vêm dizer que o processo foi mal feito e já começaram a reclamar, pois afirmam que o governo se comprometeu a pagar todas as despesas com as deslocações dos alunos e o governo anuncia agora que vai dar apenas 300 euros por ano por cada aluno para custear as deslocações.

Chateia-me perdermos tanto tempo com coisas fúteis como esta. Se há protocolos, que sejam revelados. Todos sabemos ler, e todos ficariamos a saber o que estava acordado. Se o Governo se comprometeu, que cumpra. Se não comprometeu, e os municípios aceitaram estas condições e agora é que estão a voltar atrás com o acordado, que se calem. Mais importante do que saber quem paga as deslocações era perceber se elas são, de facto, justificadas. Será que é aqui que se devem cortar despesas? Ficará a educação destas crianças tão melhorada quando forem inseridas em turmas muito maiores, num local que não conhecem tão bem, obrigadas a ficar todo o dia enfiadas na escola à espera do transporte, chegando a casa muitas vezes já de noite?

Estas é que são questões importantes. O resto, são polémicas fúteis alimentadas por uma comunicação social desesperada por notícias, sem capacidade para pesquisa de outras informações bem mais importantes. Que sejam públicos os protocolos assinados, e tudo fica esclarecido. Preocupem-se é com as crianças, meus caros...

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