O Símbolo perdido é um tratado de adrenalina à semelhança das outras obras do Dan Brown, das quais sou leitor assíduo. Apesar do número elevado de páginas, a acção dos seus romances passa-se num espaço temporal muito reduzido, o que aumenta a carga com que se lê cada capítulo, alguns apenas com duas páginas. A história deste livro prende-se com a Maçonaria e a procura pelo poder total, o conhecimento de tudo e aqueles que desejam evitar que esse conhecimento chegue às mãos do conhecimento geral. Fala-nos de fé, de religião, de ciência (noética e não só), procurando levar-nos a reflectir sobre uma série de assuntos enquanto acompanhamos a saga de Robert Langdon atrás dos segredos mais bem escondidos da Maçonaria. O livro é difícil de pousar, e dei por mim a lê-lo até no percurso que faço diariamente do comboio para o trabalho. Só parava nas passadeiras, não fosse ir alguém num carro também a ler o livro... :) Só descansei quando terminou. Muito bom mesmo.
A Fúria Divina conta a história de um terrorista da Al-Qaeda (lá está, a referência à actualidade) que possui uma bomba atómica e a quer fazer explodir. Onde? Bom, isso só lendo o livro, claro, mas posso adiantar que até o Bin Laden anda por ali. O livro está também no seguimento daquilo que têm sido os livros de JRS. A acção é mais espaçada no tempo, e as explicações teóricas preenchem a maior parte das páginas. Ficamos a conhecer em pormenor o Alcorão e as razões dos fundamentalistas islâmicos, e essa é uma perspectiva muito interessante. Mas penso que, mais uma vez, lhe falta alguma chama e mais acção, mesmo tendo em conta todas as explicações que são dadas. Não é um livro que se tenha dificuldade em parar de ler, com excepção do final e de um ou outro capítulo a meio, e tem capítulos muito grandes, cheios de conversas teológicas que versam o islão. Interessantes, mas que tornam o livro um pouco parado. Como disse, um pouco menos de explicação e mais enredo teriam enriquecido o livro, mas iriam provavelmente contra o estilo de JRS, portanto é deixá-lo andar como está, que tem muito sucesso, como indicam os números das vendas.
Resumindo e baralhando, duas obras que, apesar de se querer parecer que são iguais (o JRS poderá argmentar que não, mas a estratégia de marketing e os timings são claros), são muto diferentes. No entanto, considero que ambas de leitura obrigatória, principalmente agora nas férias, refastelados na toalha a apanhar um bronze.
Sem comentários:
Enviar um comentário