quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Hoje o dia começou cedo. Tinha prometido que ia assistir ao nascer do sol na duna e fi-lo. Às 6h30 levantei-me de mansinho para não acordar os meus companheiros de quarto e pus-me a caminho. A ideia era ficar logo nas primeiras dunas, para não ter que andar muito. A ideia foi cumprida, a parte de não ter que andar muito é que não correu bem. No deserto não podemos andar em linha recta, pois as dunas são muito difíceis de escalar. A solução é rodear as dunas e subi-las pelo lado. A única desvantagem é que o percurso de 500 metros que tinhas planeado fazer torna-se em 2000 metros sem grande dificuldade...
Enfim, mas lá cheguei à duna. Ao mesmo tempo que eu chegava a pé, chegavam outros turistas do mesmo resort que vinham de dromedário. Fizeram o mesmo caminho que eu, mas às costas de um dromedário. Opção mais confortável, sim, mas também perderam a possibilidade do caminho pela areia do deserto. Havia algum frio, mas nada de insuportável. O silêncio imperava, pelo menos depois de me livrar do marroquino que queria à força ser meu guia até à duna que ficava já ali. Não sabia que eu era escuteiro, como é óbvio... :)

Cheguei ao cimo, montei o tripé e comecei a fazer fotos, muitas fotos. Mais de 100, para ser preciso, em 20 minutos. Não é todos os dias que vejo o nascer do sol no cimo de uma duna, e o momento tinha de ser bem documentado. Teve direito a fotos, escritos e desenhos. O momento foi muito bonito, pois o vermelho das dunas vai mudando conforme a luz do sol vai aparecendo. No final, a descida pelas dunas faz-se de modo muito mais simples que a subida. Apesar de toda a areia que nos entra pelos pés, chego ao quarto quase sem areia. Ela é tão fina que da mesma forma que entra sai sem a menor dificuldade.

Além da subida à duna, o dia foi povoado de muitas outras aventuras: rally pelas pistas do Dakar, observação de flamingos num lago (é como vos digo, faz-se muito mais por estes lados do que andar de dromedário...), visita a tribos berberes, fotos, fotos, fotos...

Chega a noite e o bar enche-se mais uma vez do barulho dos tambores. Ontem ainda me aventurei a tocar com os músicos num dos djambés que estavam disponíveis, mas hoje uns turistas ingleses apareceram com os seus próprios djambés e estão ali a fzer a festa à desgarrada com os marroquinos. O barulho é infernal, mas a melodia harmoniosa é espectacular.

Amanhã é dia 31, e isso significa que os dromedários estão à nossa espera. Uma caravana de turistas que passou hoje por nós trazia muitos dos homens a pé em vez de irem no dromedário Cheira-me que 15 minutos depois de me sentar, vou fazer o mesmo que eles, mas depois logo vos conto... :)

Um bom ano para todos.

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