terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Salam alakium (saudação em árabe),
Bom, cá voltei ao contacto. Importa se calhar fazer um ponto de situação: estamos em Merzouga, no Kasbah Tombouctou, às portas do deserto. Às portas do deserto é mesmo a descrição mais correcta, já que o hotel em si fica localizado mesmo antes de começarem as dunas do deserto do Saara. Chegámos com o sol a pôr-se, iluminados pela luz de fim do dia que dá às construções marroquinas uma tonalidade e uma côr únicas. O hotel é, no mínimo, fantástico e super luxuoso, mas não quero fazer grande pirraça, por isso vou tentar deixar umas fotos no fim do post... :)

A viagem tem corrido muito bem. Depois de sairmos da cosmopolita cidade de Marraquexe, dirigimo-nos ao Alto Atlas e à estância de esqui de Oukaïmeden. Sim, não me enganei, fomos a uma estância de esqui em Marrocos, situada a 2700 metros de altitude. A paisagem era arrebatadora, já que as montanhas do Atlas ficam rodeadas por planícies, tornando a vista ainda mais impressionante. O alto do Toubkal, a 4167 metros, estava à vista e tornou a foto de grupo fantástica.

Descemos e seguimos viagem até Ait Ben Haddou, não sem antes fazermos um corta-mato de TT bem radical. Não me deixaram conduzir, infelizmente... dormimos no Complexe La Kasbah e fizemos amizades com o Abdel, um vendedor dedicado que nos serviu uma chicha fantástica. Explico depois o que é, porque se disser aqui ninguém vai acreditar que o fiz... :)

Hoje o caminho foi uma estopada de quilómetros em jipe. Marrocos é bem grande, e para chegar a todo o lado temos de palmilhar quilómetros como se nao houvesse amanhã. É uma terra engraçada, esta, como todas as terras diferentes das nossas o são. A cor predominante é a da terra e do barro, e todos as casas são construidas nesta cor. Era isso ou o pó tornava-os desta cor, pelo que não resta grande alternativa aos arquitectos e designers deste canto do Norte de África. A cor da paisagem não muda durante a viagem, apesar da luz solar dar várias tonalidades nas diferentes horas do dia. O pó é muito e, apesar do jipe levar as janelas fechadas, os poucos momentos (bom, são muitos, mas não interessa agora...) em que as abrimos para fazer fotos deixam entrar um pó que se aloja na garganta e se torna bem presente durante toda a viagem. É fácil agora perceber o porquê dos turbantes ou dos tecidos que tapam as bocas de grande parte dos habitantes, com especial incidência para as mulheres.

Escrevo este post no refeitório, depois de uma refeição aboslutamente espantosa. Nos ultimos dias temos comido iguarias marroquinas (ainda ninguém precisou de Imodium, o que é positivo), mas hoje o jantar era absolutamente divinal: junto com tagyne de carne, batata doce cozida, ameixas e passas cozidas, tinhamos esparguete, bifinhos à champignon e lasanha de carne e beringela! A cereja no topo do bolo foi, no entanto, a mousse de chocolate que havia para sobremesa numa mesa que ainda tinha outros doces com certeza mais tradicionais. A mousse nem se comparava com a tua, maninha, é claro, mas aqui é óbvio que teve outro sabor.

Enquanto escrevo, na sala ao lado ecoa o som de tambores e muita dança. Os tambores eram um encanto em Moçambique, e voltam a sê-lo aqui, ou não fossem os tambores o som de África. Fechei os olhos por momentos e absorvi o som forte e inebriante que chega até mim, chamando-me, e sei que não posso continuar a escrever. Vou tentar enviar isto e depois sigo, hipnotizado pelo som dos tambores...

Amanhã é dia das pistas do Dakar, mas antes tenho de acordar antes do nascer do sol, subir às dunas e receber o astro rei de máquina em punho. Até depois... :)

PS - Ainda não consegui pôr fotos... :(

1 comentário:

Unknown disse...

Não é chicha....mas sim Seesha.
Sim é muito bom e giro...
Sim, não te tou a ver a usar...
e sim....mesmo quando vos digo que é bom e para experimentar,dizem-me sempre que não!...Vai do hábito