sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O Natal é daquelas alturas do ano que mais sentimentos cruzados me provoca. Se, por um lado, me sinto incomodado pelo apelo consumista que nos consome, passe a repetição, por outro sinto-me alegre e contente pela festa que se aproxima do nascimento do bebé que mais pessoas tocou em toda a história da humanidade (a seguir a mim, claro...).

Assim sendo, procuro evitar tudo o que seja referências ao Natal antes de meados de Dezembro, mais ou menos por este dia, por isso é que estou a escrever hoje. No entanto, torna-se impossível fazê-lo quando, já em Setembro ou Outubro uma marca de automóveis (não a refiro para não ajudar a dar-lhe publicidade) falava no Natal, ainda que de forma subtil. Depois, chegou o início de Novembro e o Almada Fórum, no dia 1, 60 dias antes da data, tirou para fora do baú todas as iluminações de Natal. A partir do mês de Novembro, começaram a chover os anúncios de Natal, todos a apelar ao consumo, nenhum a reflectir sobre a necessidade de moderação nas compras para não provocar crises de orçamentos familiares. No final de Novembro, uma sugestão fantástica da Fertagus deixou-me extasiado: sugeriam eles que as pessoas protegessem o ambiente e, como a Fertagus, só acendessem as suas luzes de Natal em Dezembro. É uma coisa espantosa, porque a sugestão parte do pressuposto que todas as pessoas ligam as luzes de Natal ainda em Novembro, ou seja, que começam a preparar-se para o Natal mais de um mês antes. É preocupante que se considere este o padrão de comportamento normal.
Depois, entristece-me as referências que as crianças recebem no Natal. Portem-se bem, ou não, que interessa pouco, façam a lista de pedidos e puf, tudo aparece conforme o pedido. É isto o Natal, uma altura de receber prendas. Mesmo para quem não é cristão, resumir o Natal a isto é muito mau. Onde está o espírito familiar, os grandes almoços em família, a solidariedade, a ajuda ao próximo? Perdemo-nos no meio dos anúncios de descontos, facilidades de pagamento e créditos vantajosos e esquecemos o mais importante. Até a figura do Pai Natal está a ser substituída por uma hipópotamo que fez uma lipoaspiração e uma avestruz que andou um ano no ginásio e mais parece a Lara Croft, sinais de uma sociedade cada vez mais consumista e apostada no poder da imagem e da superficialidade em detrimento do conteúdo.

Por outro lado, anseio pela reunião familiar, pela alegria dos pequenotes e o brilho nos olhos dos mais velhotes quando com eles brincam, anseio pela ceia de Natal de dia 24 no lar de idosos, momento de dádiva ao próximo que nenhuma prenda xpto pode preencher, a Missa do Galo, as celebrações pelo nascimento de Jesus, nosso irmão, o Deus Menino. E por tudo isso passo a estar ansioso pelo Natal a partir desta altura. Antes disto, Natal, nem vê-lo, e só de ouvir um hôhôhô começo logo a passar-me. Enfim, deve ser problema de dupla personalidade ou coisa que o valha…

2 comentários:

Sara disse...

Olá!Não nos conhecemos, mas graças ao teu blog fiquei a saber dos Presentes Solidários e já pude contribuir!!Por isso...Muito obrigada tb a ti!;)

Um Santo Natal!*
Sara

Um pai que não sabe o que faz disse...

A ideia é mesmo essa: espalhar a palavra, para que a campanha seja um sucesso cada vez maior... ainda bem que pude ajudar... ;)