segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Comprar uma casa é, como já disse, algo de muito importante, no sentido em que nos marca e agarra por uma série de anos. Logo, não pode ser um exercício leviano de tentativa-erro, como o são a compra de camisas, ténis ou gel para a barba. Comprar uma casa é um processo moroso, cheio de letrinhas pequeninas que é preciso ler com atenção e tentações gigantes às quais é preciso responder com força de vontade e determinação.
Neste fim-de-semana, fui visitar in loco as minhas primeiras casas. Comecei sexta-feira por um T1 novo, mas muito pequeno, que em nada me convenceu (já sabia que comprar casa nova seria uma utopia, e esta visita confirmou-me a previsão), uma vez que não pretendo uma casa para ficar um tempito. Quero algo onde me sinta bem, quero um espaço que me identifique, que esteja mobilado à minha maneira, um porto de abrigo onde tenho que querer chegar todos os finais de dia. Mais ainda porque irei viver sozinho, a minha casa tem de ser um regalo para a minha vista.
No domingo fui então visitar outras duas casas. A primeira, um T2 em Vale Fetal, levou pouco mais que duas vistas de olhos, já que tinha uma sala pequeníssima, sem espaço para fazer dela o que pretendo, e o resto da casa, apesar de "normal", não entusiasmava.
Depois dessa, passámos ao prédio ao lado e a um T3 que tinha criado muita expectativa no grupo de visitantes por causa das fotos que já tinhamos visto. Grupo porque levei quase um exército atrás de mim: a minha mãe, a minha irmã, a Patrícia e ainda a D. Alice, que não resistiu à curiosidade e juntou-se ao grupo para visitar. Mas voltemos à casa. É uma opção fantástica: um T3, completamente remodelado, com uma sala com 25 m2, muito bem iluminada, e três quartos que, apesar de pequenos, servem perfeitamente os meus intuitos. Um pormenor muito engraçado: para acadermos à despensa, temos de arrastar um armário, tipo passagem secreta. Muito engraçado mesmo. Como contras a casa não tem arrecadação, não tem electromésticos na cozinha, não etm banheira nem nenhuma maraquice de aquecimento central ou ar condicionado, e é mais do que 100 mil euros...
Aqui é que começa o problema: para os valores que procuro, não encontro a casa com as características que preciso. A tentação é, portanto, subir um pouco mais o valor, mas isso implica acartar com uma mensalidade maior do que estava à espera, e isso não pode ser, pois apesar de ser algo de muito importante, uma casa não me pode fazer refém do meu próprio dinheiro, obrigando-me a uma vida de abdicar de tudo o que gosto de fazer. Não quero isso, e portanto tenho de conseguir lutar contra a tentação. Ser inflexível nas negociações, ter paciêcia e saber esperar o momento em que irá surgir a casa perfeita, o espaço ideal para as limitações que tenho, que me permitirá construir o meu porto de abrigo, onde poderei dizer como o anúncio: "Aqui vou ser feliz!"

1 comentário:

Rui Ramos Tomás disse...

Amigo,

boa sorte na demanda... não vai ser fácil, com os requisitos que queres e com o que estás disposto a gastar. No entanto, com paciência, bons negócios encontram-se sempre. Mais uma vez... boa sorte.

Abraço,

Rui