terça-feira, 26 de maio de 2009

Papa e preservativo - as declarações completas

Sei que parece chover no molhado, mas gostaria de voltar à polémica que se criou à volta das declarações do Papa sobre o preservativo, enquanto viajava para os Camarões. É que tive acesso agora à transcrição da entrevista e não resisto em colocar aqui, na totalidade, aquilo que o Papa disse sobre o assunto. É que parece que ele apenas responde que o problema da SIDA não se resolve com o preservativo, quando, na verdade, disse muito mais:

Pergunta: Santidade, entre os muitos males que atormentam África, existe também e sobretudo o da difusão da SIDA. A posição da Igreja católica sobre o modo de lutar contra ela é com frequência considerado irrealista e ineficaz. Vossa Santidade enfrentará este tema durante a viagem?

Resposta: Eu diria o contrário: penso que a realidade mais eficiente, mais presente em primeira linha na luta contra a SIDA é precisamente a Igreja Católica, com os seus movimentos, com as suas diversas realdiades. Penso na Comunidade de Santo Egídio que faz tanto, de modo visível e invisível também, na luta contra a SIDA, nos Camilianos, em muitas outras realidades, em todas as Irmãs que estão à disposição dos doentes…
Diria que não se pode superar este problema da SIDA só com dinheiro, mesmo se necessário; mas, se não há a alma, se os africanos não ajudam (assumindo a responsabilidade pessoal), não se pode superá-lo com a distribuição de preservativos: ao contrário, aumentam o problema. A solução pode vir apenas da conjugação de dois factores: o primeiro, uma humanização da sexualidade, isto é, uma renovação espiritual e humana que inclua um novo modo de comportar-se um com o outro; o segundo, uma verdadeira amizade também e sobretudo pelas pessoas que sofrem, a disponibilidade à custa até de sacrifícios, de renúncias pessoais, para estar ao lado dos doentes. E estes são os factores que ajudam e proporcionam progressos visíveis. Diria, pois, que esta nossa dupla força de renovar o homem interiormente, de dar força espiritual e humana para um comportamento justo em relação ao próprio corpo e ao do outro, e esta capacidade de sofrer com os doentes, de permanecer presente nas situações de prova.
Parece-me que esta é a resposta justa, e a Igreja faz isto e deste modo presta uma grandíssima e importante contribuição. Agradecemos a todos aqueles que o fazem.


Podem argumentar o que quiserem, mas para mim aquilo foi um aproveitamento claro de palavras tiradas do contexto. Não soam muito diferentes as palavras quando são ditas no seu próprio contexto? Ah, pois é, mas assim não levantam polémica, portanto não interessam, né? Já me esquecia desse pormenor...

1 comentário:

Anónimo disse...

Li apenas o 1º e 2º paragrafo e bastou-me ler a 1ª frase do 3º paragrafo para ver que o resto é chover no molhado, ou seja não li...
a educação têm que ser a base de tudo na vida, só o preservativo não resolve, é necessário educar desde tenra idade... mas para mim tudo é uma questão de cultura e principalmente "genes" ( há sempre muito de hereditário em tudo, até em factores como fidelidade, promiscuidade, homosexualidade ( com muitas excepções à regra, mas o que significam realmente estas palavras, sinceramente questiono cada vez mais as pessoas que proferem estas palavras em vão têm algo de sonsice...
A Igreja não pode assumir em Africa ou onde quer que seja "nem sim nem não" é uma atitude política e não religiosa alguém se enganou provavelmente as mães que não inscrevem os filhos em partidos políticos desde tenra idade ............................ ah... já me esquecia pois é " nem sim nem não"........ é fechar a boca, pronto, pronto... está bem ...muita razão,sim senhor! .......sim recuso-me a ler o resto não dá espaço para escrever o nome que pena e despeço-me FELICIDADES ( as reticências = gaguez)