Trânsito e faltas de respeito

Detesto vir de carro para o trabalho por várias razões: o dinheiro que se gasta em gasolina e portagens, o tempo que se perde em filas para atravessar a ponte 25 de Abril, estar no pára-arranca constante, por contraste com o conforto e sossego do comboio (mesmo que nalguns dias tenha de ir de pé...), mas principalmente pela falta de civismo e de respeito evidenciado por grande parte dos automobilistas que vêm do lado da Via Rápida da Costa. Armados em chicos espertos, colocam-se na faixa de quem vai para Setúbal e ultrapassam todos os que estão na faixa correcta para, mais à frente, se enfiarem à frente de todos, fazendo de parvos todos os que vão na fila certa. Assim, complicam o trânsito, entopem a faixa de rodagem de quem vai para Setúbal, e "gozam" com quem vai na faixa certa e demora, por isso, muito mais tempo a fazer o percurso. Por vezes, a BT ainda estava por ali, obrigando os espertinhos a continuarem para Setúbal, mas das últimas vezes em que fui obrigado a ir de carro de manhã não os encontrei lá, pelo que a confusão era mais que muita.

Hoje, a cereja no topo do bolo foi uma menina que tentava entrar à força na fila, depois de ultrapassar toda a gente. Não a deixei entrar, nem os que estavam à minha frente, pelo que ela teve de ficar parada na faixa de rodagem do lado, entupindo o trânsito. O condutor que ia atrás dela lá conseguiu passar, chegando-se à berma. Apitou-lhe e ela, muito incomodada, apitou-lhe de volta, chateada, como se o que ela estivesse a fazer fosse algo perfeitamente normal.

Se houvesse civismo, todos poderiam chegar um pouquinho mais depressa a Lisboa. Assim, os que se julgam mais espertos chegam mais depressa, deixando os "tontinhos" que fazem as coisas como deve ser a demorar mais tempo a chegar, o que acho incompreensível. Por mim, está decidido há muito: à minha frente não entra ninguém. Eles que respeitem os outros primeiro, se quiserem ser respeitados no fim...