quinta-feira, 4 de dezembro de 2008


Sempre que atravesso a estrada na passadeira e algum carro pára para me deixar passar, agradeço. Gosto de o fazer, e portanto faço-o. E acho tão importante que fico chateado se deixo alguém passar na passadeira e esse alguém não me agradece (que é a maioria das vezes). Podem dizer-me que os carros são obrigados a parar para nos deixar passar, que não nos estão a fazer nenhum favor, e terão toda a razão. No entanto, eu só devo agradecer algo quando sou "obrigado" a reagir a uma acção de alguém para comigo? Sou, portanto, "obrigado" a agradecer só quando alguém me faz algo de forma altruista? E porque é que não posso agradecer quando bem me apetece?

Seria tudo bastante mais fácil se todas as pessoas se lembrassem de sorrir e de agradecer mais às pessoas com quem se cruzam todos os dias. A simpatia cria empatia, a empaia cria boas relações, que podem dar em excelentes amizades. Essa simpatia que parte de nós contagia todos à nossa volta, que passarão também a ser mais simpáticos, sorrindo mais e agradecendo mais as pequenas coisas que os outros fazem por nós.

Já viram como um pequeno gesto pode mudar tanta coisa? Chamam-lhe o efeito borboleta, os peritos. Eu chamo-lhe deixar o mundo um pouco melhor do que o encontrei, aquilo que o fundador do escutismo, Baden-Powell, preconizava na sua proposta educativa, que visava criar uma sociedade melhor, mais justa e mais fraterna. As boas acções, tomadas sem interesses secundários, são autênticas bolas de neve postas a rolar por uma encosta abaixo.

Temos de começar por algum lado, por isso fica a sugestão: quando alguém vos deixar passar a estrada para o outro lado, olhem para ele, sorriam e agradeçam. O mundo agradece...

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