quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Isto das culturas tem muto que se lhe diga...
Há uns tempos recebi a agradável notícia de que o Pe Joaquim, pároco de Lichinga, vinha a Portugal. Seria uma óptima oportunidade para rever um grande amigo que deixei em Moçambique, à semelhança do que já tinha feito com o D. Hilário.
Assim, fiquei a aguardar com grande expectativa que ele viesse a Lisboa, já que sabia que ele ia passar a maior parte do tempo em Fátima.
Mais de um mês depois de cá estar, e a menos de uma semana de se ir embora, telefonou-me num dia a avisar que viria no dia seguinte e que queria fazer uma série de coisas para as quais precisava da minha ajuda e companhia. Como se eu não tivesse mais nada para fazer!!!
Não o fez por mal, no entanto, ou sequer por distracção, fê-lo por cultura. Em Moçambique, quando alguém nos comunica que nos vem visitar, cabe-nos deixar tudo o que fazemos para o receber e estarmos com ele. Pode argumentar, quem nunca lá esteve, que isso é uma parvoíce, porque cada um tem a sua vida e não pode andar aos caprichos dos outros. No entanto, lá é assim que se vive: se o caso fosse ao contrário, também ele se disponibilizaria para deixar tudo e me receber, pois a visita dos amigos é das coisas mais importantes que existe.
Por cá, preferimos dar mais importância ao trabalho, aos compromissos, às distracções materiais, em vez de darmos importância às pessoas que nos rodeiam, aos amigos.
E nós é que somos os instruídos e os evoluídos, e eles os coitadinhos??? LOL!

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