quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Uma das coisas que mais prazer me dá na vida é jogar futebol... é um bicho que tenho cá dentro, que me faz ir todas as 5as feiras para Corroios juntar-me com amigos para desfrutar de uma horita de prazer.
Não sou fanático pela bola, mas sou daqueles que sofre muito durante um jogo de futebol, que leva a peito tudo o que se passa nas 4 linhas. E é nessa perspectiva que olho para o nosso futebol e fico cada vez mais desiludido. Os nossos melhores jogadores vão-se embora para o estrangeiro e com isso o nosso futebol fica mais pobre. Aquela teoria antiga do jogador que faz a carreira toda num só clube só raramente se vê hoje. O Maldini (AC Milan) é, porventura, o melhor exemplo disso. Mas existem outros, como Giggs (Manchester United) ou Gerrard (Liverpool), que, a jogarem ao melhor nível, se mantêm num clube toda a vida, fiéis aos adeptos e ao clube.

Por cá temos os melhores jogadores, como é o caso do Ricardo, do Simão e do Manuel Fernandes, só para dar alguns exemplos, que trocam equipas que jogam na Liga dos Campeões, lutam pela vitória no campeonato nacional e têm um estatuto de grande por equipas que não vão às competições europeias há anos (Atlético de Madrid), ou se vão é para ficarem pela primeira ou segunda ronda (Everton), ou são clubes do meio da tabela (Bétis). Razão? Os ordenados são o dobro ou o triplo...:S

Se esta gente ganhasse mal cá em Portugal eu até compreenderia, pois todos têm o direito de melhorar a sua situação financeira. Mas eles cá já andavam de Ferrari e Porsches, pelo que só pode ser uma questão de ambição e ganância.

O amor pelo jogo, a relação com os adeptos, a mística do clube, isso é tudo secundário. O que conta são os euros na conta bancária a acumular para depois, nalguns casos, serem estoirados em noitadas, mulheres e bebida.

Sinceramente, cada vez mais me convenço que o Sr Scolari, em vez de convocar estes "mercenários" do futebol para representar a nossa selecção, deveria procurar no futebol amador aqueles que verdadeiramente amam o jogo e o clube: gente que passa o dia na labuta e ao fim do dia ainda vem a correr para o campo dar uns toques, apenas por amor à camisola, pois por vezes o clube nem um lanchinho consegue oferecer.

Tomo como exemplo de dedicação a selecção de râguebi portuguesa: amadores que conseguiram, às suas custas, a qualificação para o Mundial. Isto, sim, é amor à camisola. O resto é tudo tretas, mesmo que camufladas com coisas bonitas como representar o nome de Portugal no estrangeiro ou procurar melhores condições de vida. Tretas, digo-vos eu, tretas...:)
Com tudo isto, lembro-me dos dias em que ia jogar ao Ervado, um campo que não era pelado nem relvado. Eram das melhores tardes de domingo que eu passava: futebol puro e duro, rasgadinho, cheios de tácticas, fintas, golos e muita vontade. Chegava a casa completamente partido, mas quando a minha mãe me chamava maluco por vir assim tão cansado, só lhe respondia: "cansado, mas feliz". E sorria, porque era isso mesmo que sentia.

Fica aqui a dica, Felipão...

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