No final da semana passada, tive a oportunidade de me deslocar a Lamego para entrevistar o bispo de lá, D. António Couto, sobre a temática da Nova Evangelização, que está agora muito em voga na Igreja. Uma das ideias que retive foi algo que já tinha há muito tempo pensado e que cada vez mais penso, que é a necessidade dos cristãos viverem ao estilo de Jesus. Se nos declaramos cristãos, dizia o D. António, temos de agir como tal. Não podemos encher a boca de Cristo e depois não fazer nada para viver da forma que Ele viveu, insistindo em viver de formas muito diferentes da que seria de esperar.
Sendo esta uma verdade com a qual concordo, considero-a verdade para todo o resto da sociedade, em muitas outras áreas: tem de haver uma coerência entre o que dizemos e o que fazemos. Não podemos ficar pelas palavras bonitas, cheias de boas intenções, se depois as nossas palavras não são acompanhadas da ação correspondente na nossa vida. Posso eu afirmar que quero ser uma pessoa saudável e continuar a fumar um maço de cigarros por dia? Posso eu dizer que quero proteger o ambiente, e depois deitar lixo para a rua em vez de procurar um caixote? Posso eu dizer que é errado roubar, mas depois o restaurante esquece-se de me cobrar um dos pratos na fatura e eu saio de fininho antes que eles se apercebam?
Quando vou jogar à bola, a malta já sabe o que a casa gasta: se a bola sai e eu toco, digo que é canto, mesmo que a equipa adversária já se esteja a encaminhar para o seu canto. Não há árbitros, portanto dependemos da nossa palavra para jogar o jogo de forma honesta. Assim sendo, porque é que eu hei-de mentir? Porque é que hei-de ganhar o jogo com base em mentiras? No início, a malta ainda reclamava, mas agora já não o fazem, e o resultado foi que se eu digo que não toquei e que a bola é da minha equipa, todos acreditam. Mas isto é apenas um pequeno exemplo, e tenho muitos outros em que eu também falho nesta ligação de coerência que procuro, como todos procuramos, para a nossa vida.
Esta sociedade em que vivemos gosta de nos anestesiar com um excesso de informação que conduz a um adormecimento. Sabemos o que temos de fazer, dizemo-lo até, mas depois não somos capazes de o fazer, porque nos deixamos ficar sentados, num canto, sem palavra e sem ação. Depois, quando alguns tentam "abanar o barco", ter uma voz, falar contra a preguiça instalada, ainda nos insurgimos contra eles com palavras duras, como que estranhando o porquê de alguém questionar aquilo que mais ninguém questiona. E assim continuamos, falando palavras bonitas, mas vivendo de forma bem diferente.
Não temos de ser contestatários, ou reclamar por tudo e por nada. Mas temos de ser capazes de pensar "epá, eu acabei de dizer que protejo o ambiente, portanto agora tenho de encontrar um caixote do lixo para deitar este papel em vez de o deixar aqui no meio da rua..."
Temos de nos questionar diariamente sobre se o estilo de vida que temos é o estilo de vida que dizemos que temos, e se é o estilo de vida que queremos ter, segundo aquilo que é o nosso ideal de vida. Não é uma tarefa fácil, porque nos obriga a sair de nós, a pensar e a refletir, coisa que parece arredada do quotidiano das pessoas. No entanto, este passo é essencial na construção de uma nova sociedade, mais justa e mais adequada ao estilo de vida das pessoas que a compõem.
Sendo esta uma verdade com a qual concordo, considero-a verdade para todo o resto da sociedade, em muitas outras áreas: tem de haver uma coerência entre o que dizemos e o que fazemos. Não podemos ficar pelas palavras bonitas, cheias de boas intenções, se depois as nossas palavras não são acompanhadas da ação correspondente na nossa vida. Posso eu afirmar que quero ser uma pessoa saudável e continuar a fumar um maço de cigarros por dia? Posso eu dizer que quero proteger o ambiente, e depois deitar lixo para a rua em vez de procurar um caixote? Posso eu dizer que é errado roubar, mas depois o restaurante esquece-se de me cobrar um dos pratos na fatura e eu saio de fininho antes que eles se apercebam?
Quando vou jogar à bola, a malta já sabe o que a casa gasta: se a bola sai e eu toco, digo que é canto, mesmo que a equipa adversária já se esteja a encaminhar para o seu canto. Não há árbitros, portanto dependemos da nossa palavra para jogar o jogo de forma honesta. Assim sendo, porque é que eu hei-de mentir? Porque é que hei-de ganhar o jogo com base em mentiras? No início, a malta ainda reclamava, mas agora já não o fazem, e o resultado foi que se eu digo que não toquei e que a bola é da minha equipa, todos acreditam. Mas isto é apenas um pequeno exemplo, e tenho muitos outros em que eu também falho nesta ligação de coerência que procuro, como todos procuramos, para a nossa vida.
Esta sociedade em que vivemos gosta de nos anestesiar com um excesso de informação que conduz a um adormecimento. Sabemos o que temos de fazer, dizemo-lo até, mas depois não somos capazes de o fazer, porque nos deixamos ficar sentados, num canto, sem palavra e sem ação. Depois, quando alguns tentam "abanar o barco", ter uma voz, falar contra a preguiça instalada, ainda nos insurgimos contra eles com palavras duras, como que estranhando o porquê de alguém questionar aquilo que mais ninguém questiona. E assim continuamos, falando palavras bonitas, mas vivendo de forma bem diferente.
Não temos de ser contestatários, ou reclamar por tudo e por nada. Mas temos de ser capazes de pensar "epá, eu acabei de dizer que protejo o ambiente, portanto agora tenho de encontrar um caixote do lixo para deitar este papel em vez de o deixar aqui no meio da rua..."
Temos de nos questionar diariamente sobre se o estilo de vida que temos é o estilo de vida que dizemos que temos, e se é o estilo de vida que queremos ter, segundo aquilo que é o nosso ideal de vida. Não é uma tarefa fácil, porque nos obriga a sair de nós, a pensar e a refletir, coisa que parece arredada do quotidiano das pessoas. No entanto, este passo é essencial na construção de uma nova sociedade, mais justa e mais adequada ao estilo de vida das pessoas que a compõem.
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