quarta-feira, 27 de abril de 2011

Ele há coisas fantásticas nesse nosso país. O Diário Económico noticiou, segundo se soube, que o FMI pretende que os subsídios de Natal e de férias da função pública sejam pagos com títulos do Tesouro. Não cita fontes, não mostra provas, noticia apenas. Uma notícia que é séria e que pode vir a mexer com o bolso de muitos portugueses.

"Armados em jornalistas", os outros órgãos vão a correr ao gabinete do Primeiro-Ministro confirmar a informação, que desmente categoricamente a notícia, afirmando que «não tem qualquer fundamento», segundo ouvi na comunicação social. Ora aqui coloca-se, quanto a mim, um grave problema ético: alguém está a mentir. Isto 1 dia apenas depois do Presidente da República ter vindo dizer o que já todos sabem: é preciso que os órgãos de comunicação social e os partidos políticos se saibam comportar nesta altura de crise. No entanto, neste caso, alguém mentiu. Há duas hipóteses: ou o jornal foi enganado pela sua fonte, que não quis revelar, e fez um péssimo trabalho, e deveria ser recriminado por isso, a ver se aprendia a lição, ou o governo mentiu a todos os outros jornalistas que foram perguntar se isto era verdade, e deveria ser recriminado por isto. É o nosso futuro que está em jogo, e no entanto o que acontece? Nada. Espalham-se mentiras por todo o lado, assustam-se as pessoas ou enganam-se as pessoas (conforme quem tiver razão) e nada acontece.

O Diário Económico, tendo razão, deveria ter provas do que diz. Aposto que não tem, e que só tem uma declaração de alguém que está nas negociações que ligou a um jornalista amigo e lhe disse "olha, põe lá isto público". Verdade ou não, não interessa, é uma bomba e sai cá para fora. Neste caso, fica limitado, porque esse amigo do jornalista, que até pode estar a mentir, a instrumentalizar o jornalista, nunca virá a público dizer nada. Daqui a uns dias, iremos saber se é verdade ou não, e caso seja verdade, quem merecia as vergastadas era o Sr. Primeiro-Ministro, que não pode andar a enganar assim as pessoas.

Mas tudo passa neste país, tudo é tratado com impunidade, e portanto cada um faz o que quer sem se preocupar com consequências. Em termos técnicos, vivemos na República das Bananas...

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