sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Nos últimos tempos ando meio revolucionário, meio rezingão. Sempre fui de reclamar, mas agora ando demais. Enerva-me que, em circunstâncias difíceis como as que vivemos, as empresas seja ilibadas de tudo e aos clientes e contribuintes seja exigido tudo.

Hoje enquanto subia para apanhar o comboio na Fertagus, a senhora simpática anunciava ao altifalante que o comboio que ia para Coina estava atrasado 7 minutos e pedia a "compreensão pelos incómodos causados" aos clientes. Ou seja, o comboio atrasou-se, por uma razão que não é adiantada, e o cliente fica ali à espera e é se quer. Dei por mim a pensar se fosse ao contrário. Se um cliente se esquecesse de renovar o passe (agora o passe é válido por 30 dias a contar do dia em que se tirou, pelo que há maior probabilidade de nos esquecermos) e se fosse abordado por um fiscal e dissesse "lamento informar, mas esqueci-me de renovar o passe, vou já tratar disso, peço a sua compreensão pelos incómodos causados", será que não pagava multa? Pois, acredito que não...

Quando adquirimos um passe, estamos a comprometer-nos com o pagamento de uma mensalidade que nos permite viajar num número definido de comboios dentro de um horário que está definido. A transportadora, neste caso a Fertagus, mas qualquer uma serve, compromete-se a apresentar um serviço de transporte de comboio no horário regular e definido por eles próprios. Se por acaso eu falhar o pagamento e for confrontado com isso, tenho de pagar uma coima. Se a empresa falhar a entrega do serviço, pede desculpa pelos incómodos causados e tudo fica bem...

Não seria uma solução fácil, reconheço, compensar os clientes pelos atrasos, mas com certeza que seria possível encontrar uma solução, houvesse vontade para isso...

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