quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Desde Sábado que estou assim sem saber muito bem o que dizer. Estava no sofá, tranquilamente a fazer zapping, quando vi o nosso presidente fazer uma declaração. Não percebi muito bem o que se tinha passado, e tive de esperar que ele terminasse para descobrir que a Madeira tinha sido assolada por inundações e chuvas tão fortes como não havia memória naquela terra. A dureza das imagens fez-me ficar mudo, tal era o choque e a consternação que se tinham apoderado de mim. Depois de um primeiro telefonema para confirmar que estava tudo bem pelos lados da marinha madeirense (o Palmeira aguentou-se bem à chuva.... :) ), fui assistindo ao desenrolar da tragédia, da mesma forma como assisti ao terramoto no Haiti. As diferenças são óbvias no que diz respeito ao número de mortos, desaparecidos, feridos e mesmo à capacidade de reconstrução da região, mas mesmo assim não conseguia evitar a tristeza que sentia quando ouvia os relatos que foram chegando nos últimos dias. Por isso, sempre que me sentava ao computador para escrever algo, ficava sem saber o que dizer.
Neste momento, continuo sem saber, mas um dos rodapés de ontem no Telejornal da RTP 1, que dizia "campanhas de donativos falsas para a Madeira" despertou-me os sentidos. Aparentemente, há quem se esteja a aproveitar desta situação terrível para enganar os outros. Ora como acho que, a existir, essa gente devia ser pendurada pelos pés no cimo do rochedo mais alto e lá deixada ao ventinho, trago aqui uma das formas mais fiáveis que há para quem quer ajudar a Madeira: a Cáritas, organização da igreja, sim, da igreja, que está na linha da frente no apoio às populações, apesar de ser muito pouco divulgado, como sempre, está a pedir dinheiro e outros bens não perecíveis. Interessa filmar os políticos que andam na lama ou as jornalistas que se seguram ao corrimão enlameado com a ponta dos dedos para não se sujarem (péssima imagem da "tia" Judite de Sousa na RTP, à porta do centro comercial Anadia), mas o trabalho desenvolvido pelas organizações da Igreja não interessa assim tanto, e por isso segue aqui a divulgação da forma de ajudar, seja em dinheiro ou em material. No link estão todos os contactos das Cáritas a nível nacional, para onde podem direccionar a ajuda, assim como a conta bancária da Cáritas.
Se cada der o que puder, todos ficarão mais confortados, estou certo. Ajudar a reconstruir a Madeira é ajudar a reconstruir a vida de quem viu tudo ir, literalmente, por água abaixo, e nada tem para recomeçar.

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