segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Faz hoje um ano que cheguei de Moçambique...
De facto, quando olhamos para trás parece sempre que o tempo passou a correr, que não houve tempo para nada. Quando olhamos em frente, por outro lado, achamos que ainda falta tempo demais para se concretizarem algumas das coisas que gostaríamos de fazer.
Recordo-me como se ainda fosse hoje: a emoção da chegada, a ansiedade dos encontros há muito aguardados; o stress da mala da Carla e da minha mãe a ligar porque a malta já se queria ir toda embora, já que nós não chegávamos :) ; a alegria dos reencontros; o abraço apertado à minha maninha, que correu a ter comigo, o calor do abraço dos meus pais, tios, primas, e de muitos amigos lá presentes, que me fizeram logo esquecer todos os temores que trazia no meu coração.
A viagem para casa, o sol a nascer às 8h30 da manhã visto da ponte 25 de Abril. A chegada a casa, o abraço ao Pedro, que não tinha podido ir ao aeroporto; o desfazer das malas e o mostrar tudo o que tinha trazido na bagagem. O sentir que tudo estava no seu lugar, e que o meu lugar também ainda cá estava...
Lembro-me perfeitamente de ter ficado até à hora de almoço em capulana, cheio do calor que o meu corpo tinha guardado em Maputo e não queria largar... :)
Depois, à tarde, o Lar de Costas de Cão, a actividade simbólica que me permitiu voltar de imediato à minha missão cá, à missão que tinha deixado por um ano e que agora retomava, com mais vontade que nunca.
Relembro o abraço apertado da Xana, e a alegria de estar de novo juntos dos meus irmãos escutas, dando um pouco de mim para que outros tivessem um Natal mais feliz e menos solitário.
Depois, de noite, a Missa do Galo: as inevitáveis comparações com Moçambique, o ninguém me conhecer por causa do novo look, mesmo se estivesse no banco da frente :) ; o testemunho atrapalhado de quem tinha chegado naquele dia e não sabia bem o que dizer; mais uma vez, o abraço de todos, amigos, conhecidos e até de desconhecidos, que, fiquei a descobrir, tinham rezado tanto por nós (por mim e pela Patrícia) como se fizéssemos parte da sua prórpia família. Tudo porque, na verdade, fazemos mesmo parte da mesma família, a família de Deus.
A Ti também, claro, a lembrança de que nunca me deixaste desamparar, mesmo quando tudo parecia mau e sem solução. Porque a Ti nada é impossível.

Um ano depois, cá estamos nós, cheios de planos, dúvidas, hesitações, expectativas e ilusões. Umas hão-de se realizar, outras ficarão pelo caminho. Poruqe é assim a Vida, porque é assim que todos nós vivemos, envolvendo a nossa vida na vida de outras vidas à nossa volta.

Um Santo e Feliz Natal a todos, e se por acaso já cá não vier antes, um óptimo 2008!!!

1 comentário:

Sílvia disse...

"envolvendo a nossa vida na vida de outras vidas à nossa volta"....ainda recordo tão bem a falta que me fizeste quando eu voltei de erasmus e tu não estavas cá...tudo teria sido tão mais fácil. agora estou eu longe outra vez mas desta vez é tudo diferente. obrigado por envolveres a tua vida na minha e por seres um Amigo tão importante. E só não digo "Feliz Natal" porque vou dizer-to pessoalmente daqui a pouco na Missa do Galo =) **